CGTP pede reunião de urgência com Passos Coelho

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Arménio Carlos, líder da CGTP, desafiou os patrões a aumentar os salários para contrariar quebra da procura interna. Rui Gaudêncio

Ainda esta tarde pedido de audiência chegará a S. Bento. CGTP lamenta não ter sido convidada para a reunião desta manhã com os restantes parceiros sociais.

A CGTP vai solicitar hoje mesmo uma reunião de urgência com o primeiro-ministro, para lhe dizer que não aceita mexidas na taxa social única (TSU). A intenção foi divulgada ao início da tarde por Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, que lamentou não ter sido convidado para o encontro desta manhã entre o Governo e os restantes parceiros sociais.

“Quando se fala com uns fala-se com os outros. O primeiro-ministro não convidou a CGTP para não ouvir o que não está disponível para ouvir e para não ser confrontado com o descontentamento dos trabalhadores”, justificou o líder da central sindical.

“Até este momento não fomos abordados para nenhuma reunião com o primeiro-ministro, nem com o Presidente da República”, acrescentou, lembrando que na semana passada pediram um encontro com Cavaco Silva, que ainda não foi agendado, embora o Presidente da República já tenha recebido a UGT e as confederações patronais.

“Aguardamos com serenidade que a audiência com o Presidente a República seja realizada em tempo útil. Defendemos que se deve realizar antes do Conselho de Estado [marcado para esta sexta-feira]”, frisou.

Perante as notícias de que o Governo se prepara para alterar a proposta inicial de aumento das contribuições pagas pelos trabalhadores para a Segurança Social, Arménio Carlos garante que, seja qual for a solução, ela terá a oposição da CGTP.

“A CGTP rejeita liminarmente qualquer mexida na TSU que vise reduzir os salários dos trabalhadores”, frisou, referindo-se ao aumento de 11% para 18% anunciado pelo primeiro-ministro há pouco mais de uma semana.

Confrontado com a possibilidade hoje avançada pelo Correio da Manhã de excluir deste aumento os trabalhadores que recebem até 700 euros brutos, o responsável foi peremptório: “ É preciso recordar que um salário bruto na ordem dos 700 euros corresponde a um salário líquido que não chega aos 600 euros. Os trabalhadores com salários até dois mil euros não são ricos. Não há trabalhadores ricos. A lógica do Governo é o empobrecimento dos trabalhadores e a redução generalizada dos seus salários”.

A CGTP disse ainda que “muito brevemente” apresentará propostas alternativas que permitirão arrecadar receitas e taxar o capital, para mostrar que “há outras soluções, que não a mexida na TSU”.

“O que está em marcha é uma tentativa de colocar a comissão permanente de Concertação Social a legitimar estas medidas. A CGTP opor-se-á a esta instrumentalização”, referiu ainda.

Na semana passada, a CGTP pediu uma audiência ao Presidente da República, tal como os parceiros sociais subscritores do acordo de concertação social que também pediram para ser recebidos por Passos Coelho. A CGTP só hoje pediu para reunir com o primeiro-ministro.

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