Vídeo que mostra mulheres a serem agredidas está a chocar Angola
Procuradoria Geral da República do país já abriu um inquérito. Mulheres terão roubado, 27 agressores foram presos.
O vídeo que mostra duas mulheres a serem barbaramente espancadas num armazém em Luanda (para o qual não fazemos ligação por conter imagens de extrema violência) está a suscitar generalizada condenação em Angola, e a Procuradoria-Geral da República (PGR) do país informa estar já em curso um inquérito. Entretanto, a polícia já prendeu 27 pessoas, inclusive os proprietários do armazém.
No comunicado, citado pela Lusa, a PGR refere ter tomado conhecimento da existência do vídeo na quarta-feira, "mostrando cenas macabras, retratando um caso de justiça privada" em Luanda.
Os agressores, cujas caras são facilmente identificáveis, riem-se e gritam enquanto alguns filmam com telemóveis ou câmaras portáteis o que se está a passar. O vídeo foi colocado há dois dias nas redes sociais. A rádio Famastar foi um dos órgãos de comunicação social que publicou as imagens, através do Facebook. Foi, aliás, através das redes sociais que a polícia chegou aos agressores, informa aquela rádio.
Na sequência de uma busca autorizada judicialmente, o Ministério Público apreendeu no local os instrumentos de tortura que surgem no vídeo. A PGR anuncia ainda ter interpelado algumas pessoas presentes no local onde ocorreram os espancamentos.
Também em comunicado enviado à Lusa, na sexta-feira, o Grupo de Mulheres Parlamentares angolanas exige a condenação dos autores do crime, considerando-o um atentado aos Direitos Humanos.
Por seu lado, o Conselho de Coordenação dos Direitos Humanos em Angola pede ao Governo para estancar a impunidade que reina no país. Em entrevista à Rádio Renascença, David Mendes, membro desta organização angolana, fala de um ambiente de insegurança, que gera medo na população. “O que mais nos marca nesse vídeo é a violência, a forma desumana como são tratadas as pessoas e, acima de tudo, traz ao cimo o grande problema da justiça pelas próprias mãos”, afirma.
Segundo o activista existem outros casos idênticos e considera que em Angola há “um circuito de violência institucionalizada, em que cada um usa os poderes que tem e faz justiça por mãos próprias”.
Notícia actualizada às 14h38. Foi acrescentado que os agressores já foram presos.