Vaticano assina acordo com Itália para troca de informação financeira

Memorando prevê facilitar combate ao branqueamento de capitais.

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Uma investigação concluiu que o banco do Vaticano não cumpre os padrões de transparência internacionais FILIPPO MONTEFORTE/AFP

Trata-se de mais uma medida de “credibilização” da gestão financeira da Santa Sé e do funcionamento do banco do Vaticano – oficialmente o Instituto para as Obras Religiosas – que é alvo de várias investigações da justiça italiana por suspeitas de lavagem de dinheiro.

“A Santa Sé e a cidade Estado do Vaticano levam muito a sério as suas responsabilidades em termos de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, e a Itália é um parceiro especialmente importante”, diz um comunicado do Vaticano que anuncia o “memorando de entendimento” em linha com as normas internacionais.

Em trânsito do Brasil, o Papa Francisco frisou hoje aos jornalistas que a actividade do banco tem de ser “honesta e transparente”. Depois da sua eleição, o Pontífice nomeou uma comissão para estudar o caso e apresentar recomendações quanto ao futuro do IOR.

“Não sei o que vai ser do banco”, admitiu o Papa, “há quem diga que deve continuar a ser um banco, há quem diga que deve tornar-se um fundo para caridade, há quem diga que deve fechar”.

“Temos de encontrar a melhor solução”, referiu.

Depois de dois anos e meio de investigações por violação das leis contra o branqueamento de capitais, a justiça italiana concluiu que o banco do Vaticano não cumpre os padrões de transparência internacionais. “Há um risco elevado no modo de funcionamento do IOR que, ao não identificar com precisão os seus clientes, pode ser utilizado como cobertura para dissimular operações ilegais”, escreveram os procuradores nas conclusões do inquérito.

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