Utah alinhou um pelotão de tiro e executou a sentença de morte de Ronnie Lee Gardner

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Cadeira de execução de John Albert Taylor, o último condenado a ser morto a tiro antes de Gardner Lee Celano/Reuters

Gardner, de 49 anos, foi declarado morto à meia-noite e vinte minutos (locais, 07h20 em Portugal) numa prisão estadual de Draper, nos subúrbios de Salt Lake City. Passara os últimos 25 anos no corredor da morte, após ter sido condenado em 1985 por ter morto a tiro o advogado Michael Burdell durante uma violenta tentativa de fuga de um tribunal onde estava a ser julgado por um outro homicídio, cometido um ano antes contra o empregado de bar Melvyn Otterstrom.

A escolha do método de execução – assim como dos homens que integraram o pelotão – foi feita pelo próprio condenado antes de a morte por pelotão de tiro ter sido banida no estado do Utah em 2004 e, desde então, ter sido substituída pela injecção letal.

Antes de Gardner, o último condenado à morte a ser executado desta forma no Utah foi John Albert Taylor, a 26 de Janeiro de 1996 na prisão estadual de Uinta. Foi também sua a escolha deste método de execução.

Com o aproximar da hora da execução, Gardner foi atado a uma cadeira de metal e encapuzado, um alvo colocado sobre o peito. Os cinco executores colocaram-se à sua frente e focaram as miras das suas espingardas de calibre 30 – um deles, sem que qualquer um saiba qual, tinha apenas cartuchos vazios, deixando para todos a dúvida sobre qual disparou o tiro que matou o condenado.

Na quinta-feira, o governador do Utah, que não detém poderes de perdão de pena de morte, negara a Gardner o pedido de uma suspensão temporária da execução. “Após cuidadosa análise, não há nada naquilo que nos foi fornecido que não tenha sido ponderado antes pelo Comité de Perdão e Penas Suspensas e vários tribunais”, afirmou em comunicado. A última tentativa de recurso do condenado fora indeferida pelo Supremo Tribunal dos Estados Unidos numa maratona judicial de mais de onze horas.

A execução por pelotão de tiro está actualmente posta de lado por praticamente todos os estados norte-americanos, que recorrem à injecção letal como método preferencial; e apenas o Oklahoma permite ainda que um condenado possa escolher morrer daquela forma.

Os mais críticos da execução por pelotão denunciam estar-se perante uma coisa do faroeste. “É barbárico”, criticou o bispo John C. Wester, de diocese de Salt Lake City, citado pela agência noticiosa Reuters. “Se há mesmo que executar a pena de morte, então a injecção letal é uma forma mais humana de o fazer”, avaliou, sublinhando que a execução por pelotão de tiro “marca na consciência colectiva a violência com que as armas devastam as nossas vidas”.

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