Taliban atacam prisão e libertam 250 combatentes detidos no Paquistão
Vestidos de polícias e armados com bombas e granadas, taliban libertam os seus correligionários. Alguns eram dos mais importantes militares detidos.
Foi uma operação ousada. Seriam cerca de 100 combatentes, segundo o que disseram os próprios taliban. Disfarçados com uniformes da polícia, atacaram o local com bombas e granadas, durante horas, conseguindo libertar cerca de 250 taliban. Entre eles estavam 30 dos mais importantes militantes do movimento, segundo o comissário da polícia local Mushtaq Jadoon, dos quais seis aguardavam execução da pena de morte.
Os taliban começaram por fazer explodir o sistema eléctrico da prisão efizeram detonar fortes explosões que lhes permitiram passar os muros externos. Depois, com granadas disparadas por rockets e metralhadoras, foram combatendo os guardas, ao mesmo tempo que iam chamando os nomes dos prisioneiros taliban com o auxílio de megafones.
Ainda havia homens armados à volta, e numa casa e hospital, os taliban fizeram residentes e doentes reféns enquanto disparavam contra os polícias ou reforços das forças de segurança a partir dos telhados.
Durante o ataque, os taliban mataram seis polícias, seis prisioneiros xiitas (alguns degolados) e dois civis.
Prisão bem guardada
"Era uma prisão muito bem guardada e considerada uma das mais bem protegidas da província", disse um responsável do governo da província sob anonimato. Há duas semanas que as autoridades tinham recebido um aviso sobre um possível ataque à prisão, disse outro responsável.
Horas depois, as forças de segurança declararam que a batalha tinha terminado. Foi imposto um recolher obrigatório, e um repórter da Reuters viu forças de segurança e brigadas de minas a fazer buscas entre paredes em ruína ou cheias de buracos de balas.
Um comandante taliban disse à Reuters que o ataque foi planeado por Adnan Rashid, ele próprio um comandante taliban libertado o ano passado num ataque à prisão de Bannu, onde se encontrava preso.
A operação levanta sérias questões sobre a capacidade das autoridades do Paquistão controlarem os combatentes extremistas.
Meses depois de prometer conversações de paz com os taliban, o primeiro-ministro, Nawaz Sharif, começa a parecer aceitar o uso de força.
O ataque ocorre no dia em que os deputados paquistaneses deverão escolher um novo presidente.