Supremo Tribunal russo ordena revisão do caso das Pussy Riot
Não houve prova suficiente de "ódio a um certo grupo social” nem foi considerada a juventude das artistas, dizem os juízes, no que pode ser uma bofetada a Putin.
Nadezhda Tolokonnikova, de 24 anos, e Maria Aliokhina, de 25, foram condenadas por vandalismo motivado por ódio religioso e por cantarem uma “prece punk” na catedral de Cristo Redentor, em protesto contra os laços que unem o Presidente Vladimir Putin à Igreja Ortodoxa russa, num julgamento que teve muitas irregularidades. Ambas devem acabar de cumprir a sua pena em Março, mas poderiam ser amnistiadas, ao abrigo de uma proposta apresentada pelo Presidente e que o Parlamento deve aprovar este mês.
Mas se o processo for reapreciado, e forem emitidas sentenças mais curtas, isso pode ser uma bofetada para Putin. Seria dar razão às muitas críticas dos defensores dos direitos humanos e até mesmo de governos estrangeiros e de artistas internacionais sobre o decorrer do processo, e mesmo às Pussy Riot, que sempre afirmaram que o seu acto foi político, e nunca motivado por ódio religioso.
O argumento do Supremo Tribunal, que segundo a Reuters foi colocado online, é o de que não foram fornecidas provas para a parte do veredicto que afirma que as mulheres foram motivadas por “ódio a um certo grupo social.” Não foram também consideradas circunstâncias atenuantes, incluindo a juventude delas, o facto de ambas serem mães de crianças muito jovens e os apelos a que o tribunal fosse brando com elas. Também foram ignorados os apelos de pessoas consideradas vítimas (das ofensas das Pussy Riot) para que o tribunal fosse clemente.
O caso já foi julgado em recurso em Outubro de 2012, quando foi suspensa a sentença de uma terceira mulher, Iekaterina Samutsevich, condenada na mesma altura.