O jornal fala num “sismo sem precedentes na política espanhola” para descrever o efeito da entrada em cena da formação liderada por Pablo Iglesias que, menos de três meses depois da sua criação, ficou em quarto lugar nas eleições europeias de Maio, elegendo cinco eurodeputados. Agora, com os escândalos de corrupção a morderem o já desgastado Governo de Rajoy, sem pouparem também o Partido Socialista, a formação de esquerda leva mais longe a surpresa.

Segundo a sondagem da empresa Metroscopia, se as eleições fossem agora, o Podemos recolheria 27% dos votos, mais 1,5 pontos percentuais do que os atribuídos aos socialistas liderados por Pedro Sánchez, que perderam quase cinco pontos em apenas um mês. Mas se o PSOE cai, o Partido Popular (PP) afunda-se: consegue apenas 20,7% das intenções de voto, quase menos dez pontos do que em Outubro.

A empresa de sondagens sublinha que a vertiginosa ascensão do partido de Iglesias se faz muito graças à mobilização de abstencionistas e novos votantes e mostra também uma imensa desilusão entre nos que, em 2011, votaram nos populares. Entre os que se dizem apoiantes do partido, 20% dizem agora não ter intenção de votar – uma desmobilização que poderá mudar se a vitória do Podemos, no extremo oposto do espectro político, se tornar provável, admite o El País.

A sondagem também não apresenta resultados muito animadores para os socialistas: Pedro Sánchez mantém um saldo de aprovação negativo; 49% dos inquiridos afirmam que o novo líder não está a conseguir renovar o PSOE e 45% não acreditam sequer que seja capaz de atrair antigos eleitores do partido.