Homem que atacou Parlamento canadiano com ligações a grupos radicais

Michael Zehef-Bibeau tinha o passaporte apreendido. O seu perfil é igual ao do homem que, no início da semana, matou um soldado no Quebeque.

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Um soldado ficou ferido no ataque
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Um soldado ficou ferido no ataque AFP
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O Parlamento foi totalmente fechado, ninguém saiu ou entra no edifício Reuters
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O tiroteio começou no Memorial da Guerra, junto ao Parlamento Reuters
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O perímetro de segurança foi alargado Reuters
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A polícia suspeita que um dos atacantes esteja no telhado do Parlamento Reuters
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A polícia confirmou que foi morto no interior do Parlamento.

Segundo as autoridades, o homem, um canadiano que recentemente se converteu ao islão, foi também há pouco tempo assinalado pelos serviços de segurança e pelo Governo como "viajante de alto risco", pelo que o seu passaporte foi apreendido por existir suspeita de que poderia sair do país para se juntar a um grupo terrorista. A polícia sublinhou que o seu perfil é igual ao de outro homem que, no início da semana, matou um soldado no Quebeque e deixou outro ferido.

No ataque, um militar que estava de serviço no exterior, junto ao Memorial da Guerra, foi morto. Trata-se do capitão Nathan Cirillo, que pertencia a um regimento das Forças na Reserva e que estava em treino para se juntar aos serviços de fronteira, disse a tia da vítima ao jornal Globe and Mail. Um guarda que se encontrava no interior do Parlamento ficou ferido, sem gravidade, numa perna.

Na terça-feira, o Canadá tinha aumentado o nível de alerta terrorista, depois de os serviços secretos terem indicado que "um indivíduo ou um grupo, no Canadá ou no estrangeiro", teriam "a intenção de cometer um acto terrorista". Este alerta surgiu na sequência da morte de um soldado — e do ferimento de outro — no Quebeque, com os militares a serem atropelados intencionalmente por um canadiano que estava a ser vigiado pelos serviços secretos, por se ter convertido ao islão e pretender viajar para o Médio Oriente para se juntar a um grupo radical. O homem tentou embarcar para a Turquia mas foi-lhe barrado o embarque e apreendido o passaporte.

Numa primeira indicação de que o ataque ao Parlamento poderia estar ligado a este alerta de terrorismo, o Pentágono (o aparelho militar dos Estados Unidos) emitiu um comunicado a anunciar que as forças de segurança aérea conjuntas (Canadá-EUA) entraram em alerta para estarem preparadas para "algum tipo de ocorrência" relacionado com os ataques na capital canadiana.

A sucessão de acontecimentos começou eram 9h25 (hora local), quando se ouviram tiros no exterior do Parlamento, junto ao Memorial da Guerra. Os atacantes — entre um e três, segundo uma fonte policial que falou à AFP — entraram a correr no edifício.

O Parlamento foi imediatamente encerrado — só o primeiro-ministro, Stephen Harper, foi retirado do edifício — e barradas as saídas e entradas. Marc-André Vieu, funcionário do Parlamento, ouviu "pelo menos" 20 tiros a serem disparados do que lhe pareceu ser uma arma automática. Um operador de imagem da Radio Canada relatou, por seu lado, ter ouvido 50 disparos dentro do edifício.

As informações que se seguiram, todas não oficiais, foram pouco precisas. Falou-se de dois ou três atacantes, chegando a surgir a informação de que um deles se refugiara no telhado do edifício.

O perímetro de segurança em redor do Parlamento foi sendo alargado e, ao início da tarde (já noite em Portugal), a própria polícia falava na possibilidade de estarem a ocorrer tiroteios noutras zonas da cidade - o que não se confirmou. Todo o centro de Otava foi fechado e os habitantes foram aconselhados a permanecerem em casa ou em lugares seguros, segundo o jornal canadiano The Globe and Mail. Outros edifícios governamentais foram cercados pelas forças de segurança.

A operação de segurança no Parlamento decorria ainda ao fim da tarde (já noite em Portugal), com a polícia a informar, em conferência de imprensa, que a operação iria ser minuciosa. "Estamos a levar isto muito a sério", disse o chefe da polícia, Charles Bordeleau.

O primeiro-ministro classificou o ataque como um "acto desprezível". Harper falou ao telefone com o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que ofereceu ao Canadá "toda a ajuda necessária" para responder ao ataque.

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