Serviços secretos dizem que 550 alemães se juntaram ao Estado Islâmico

Crescimento acelerado nas últimas semanas tornou a Alemanha num dos países europeus com mais jihadistas na Síria e no Iraque.

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Imagem de vídeo de propaganda do Estado Islâmico AFP

A preocupação pelo aumento de jihadistas alemães foi manifestada pelo chefe dos serviços secretos, Hans-Georg Maassen, durante uma entrevista neste domingo ao jornal Welt am Sonntag. O aumento de alemães nas fileiras do Estado Islâmico deu-se “especialmente nas últimas seis semanas”, disse Maassen.

As estimativas dos serviços secretos apontam para 550 cidadãos de nacionalidade alemã que viajaram para a Síria e para o Iraque para integrar o Estado Islâmico – o grupo terrorista que controla vastas regiões no Norte dos dois países e que no Verão estabeleceu um califado. Desses, cerca de 180 já terão regressado à Europa.

A revelação faz da Alemanha um dos países europeus com mais combatentes junto do Estado Islâmico. A última contabilização apontava para 450, mas agora o contingente alemão atinge a dimensão do francês, do belga ou do britânico.

Os serviços secretos têm também conhecimento de que 60 alemães morreram durante os combates, nove dos quais em atentados suicidas.

À semelhança de outros países ocidentais, a Alemanha tem tentado travar a atracção exercida pelo movimento jihadista, sobretudo entre os seus jovens com raízes muçulmanas. Na semana passada, as autoridades detiveram nove pessoas sob suspeita de apoiar movimentos terroristas na Síria. Os novos números são, porém, vistos com apreensão. “É uma triste vitória da propaganda islamita”, lamentou Maassen. As preocupações centram-se agora em travar as saídas de cidadãos para se juntarem aos movimentos terroristas e assegurar que aqueles que regressam não representem ameaças à segurança nacional.

A Alemanha é “naturalmente” um alvo para atentados terroristas, confirmou o chefe das secretas, uma vez que integra a coligação internacional que tem bombardeado posições estratégicas do Estado Islâmico.

cerca de 15 mil estrangeiros a combater no seio do Estado Islâmico, de acordo com um relatório do Conselho de Segurança da ONU, revelado no final de Outubro. As suas proveniências são muito variadas, acreditando-se que vêem de mais de 80 países diferentes, com o Médio Oriente e o Norte de África a terem prevalência.

Uma estimativa mais conservadora foi apresentada pelo Centro Internacional para o Estudo da Radicalização e da Violência Política, que apontava para um máximo de 11 mil combatentes estrangeiros na Síria e no Iraque, recrutados entre o final de 2011 e Dezembro de 2013. Mais de 1900 seriam provenientes da Europa ocidental, com a França e o Reino Unido a encabeçarem a lista de países de origem.

Há igualmente notícias de estrangeiros que se têm juntado às forças que combatem os jihadistas. O jornal The Guardian revela este domingo a história de dois britânicos que integraram as Unidades de Protecção Popular (YPG) – a guerrilha curda que tem enfrentado o Estado Islâmico na Síria.

Um deles é um ex-militar que serviu no Afeganistão e o outro recebeu treino no exército francês, conta o jornal. Há ainda o relato de uma jovem de 17 anos, de origem curda, que estará a caminho da Síria para se juntar às Unidades de Protecção Femininas, a divisão armada composta por mulheres e que se notabilizou na defesa da cidade de Kobani, perto da fronteira turca.

Não há dados oficiais, mas fontes curdas ouvidas pelo Guardian referem dezenas de britânicos que terão viajado para o Médio Oriente para lutar contra o Estado Islâmico.
 

   





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