Rússia tem lista de políticos europeus proibidos de entrar no país
Serão 80 a 90 os que não podem deslocar-se ao país. Entre eles está o líder do grupo liberal do Parlamento Europeu e ex-primeiro-ministro belga, Guy Verhofstadt.
A lista incluirá 80 ou 90 nomes e é uma reacção às sanções e proibições de entrada de cidadãos russos decidida pela União Europeia (UE), na sequência da anexação da Crimeia pela Rússia, em Março de 2014, e devido à guerra no Leste da Ucrânia.
O chefe do grupo liberal do Parlamento Europeu e antigo primeiro-ministro belga, Guy Verhofstadt, faz parte dessa lista, disse o seu porta-voz à agência AFP.
O primeiro-ministro do Governo de Haia disse que dois membros do Parlamento holandês e um deputado holandês ao Parlamento Europeu integram a lista.
“A Rússia apresentou ontem a várias embaixadas europeias uma lista de pessoas que não podem entrar em território russo”, declarou o chefe do Governo holandês, numa conferência de imprensa.
Uma porta-voz da diplomacia da UE disse à AFP que a Rússia negou nos últimos meses a entrada a vários responsáveis políticos europeus mas que se recusou até agora a comunicar a existência de qualquer lista.
“Tomamos nota da decisão das autoridades russas de partilhar essa lista”, disse, numa resposta por correio electrónico. “Não temos qualquer informação quanto à base legal, aos critérios ou ao processo”, acrescentou.
Mark Rutte disse que o Governo holandês “condena” uma decisão de Moscovo “não baseada no direito internacional, que não é transparente e é impossível de contestar”.
O primeiro-ministro belga, Charles Michel, e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Didier Reynders, pediram esta sexta-feira às autoridades russas para reverem a proibição, noticiou a agência noticiosa Belga.
Na segunda-feira, o Governo alemão disse ser inaceitável que um deputado germânico, Karl-Georg Wellmann, que tem fortes ligações à Ucrânia, tivesse sido impedido de entrar em território russo, no dia anterior.
Wellmann — que pertence à CDU, partido da chanceler Angela Merkel, e preside ao grupo de amizade parlamentar germano-ucraniano — contou a órgãos de comunicação ter sido intimado a regressar a Berlim, quando no domingo chegou a Moscovo, onde fora convidado a deslocar-se para participar em discussões políticas.