Rússia invade a Crimeia para responder a pedido de Ianukovich

Embaixador de Moscovo na ONU apresentou carta do Presidente deposto a pedir intervenção militar para travar "guerra civil". Estão a chegar camiões de soldados russos de ferry.

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O Presidente Putin assistiu hoje a exercícios militares na fronteira com a Polónia Mikhail Klimentyev/Kremlin/RIA Novosti/REUTERS
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Tropas russas a avança perto da capital da Crimeia Baz Ratner/REUTERS
O embaixador da Ucrânia nas Nações Unidas,Iuri Sergeiev
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O embaixador da Ucrânia nas Nações Unidas,Iuri Sergeiev Timothy CLARY/REUTERS
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Base militar ucraniana na Crimeia FILIPPO MONTEFORTE/AFP
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O embaixador russo na ONU, Vitali Churkin Andrew Burton/AFP

Começou a invasão russa, justificada com o pedido de ajuda que o embaixador russo Vitali Churkin apresentou na reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que desta vez tinha sido convocada a pedido da Rússia. “A intervenção russa tem por único objectivo defender os nossos compatriotas e os nossos cidadãos”, afirmou o diplomata, que recebeu uma resposta indignada dos seus congéneres.  

"Como representante legitimamente eleito, considero que os acontecimentos em Kiev deixaram a Ucrânia à beira de uma guerra civil. Os direitos dos habitantes da Crimeia estão a ser postos em causa. Há actos de violência e de terrorismo, cometidos sob a influência de países Ocidentais", escreveu Ianukovich.

É de notar que Viktor Ianukovich, na conferência de imprensa que deu já Rússia a 28 de Fevereiro, em Rostov-on-Don, garantiu que "nunca teve intenção de pedir uma intervenção militar à Rússia" e também que não iria aceitar “qualquer tentativa para uma intervenção que quebre a integridade territorial do país”. Mas também se mostrava "surpreendido" por ainda não se ter encontrado pessoalmente com o Presidente russo.

O embaixador da Ucrânia nas Nações Unidas, Iuri Sergeiev, disse na reunião do Conselho de Segurança que Kiev ainda nem sequer recebeu uma resposta oficial de Moscovo sobre “por que é que os militares da Rússia estão a ocupar de forma ilegal a Crimeia”.

Mas foram sobretudo os embaixadores do Reino Unido, Estados Unidos e França que se envolveram numa acesa discussão com o representante russo, relata o jornalista do “Guardian” que assistiu à sessão do Conselho de Segurança, Ed Pilkington. “A Rússia tem tantas opções para proteger os direitos dos russos étnicos para além da acção militar. Por que é que não apoia os esforços internacionais, porque é que não apoia uma missão de observação, e não retira as forças militares, em vez de enviar mais?”, interrogou Samantha Power, a embaixadora norte-americana.

Churkin disse que a Rússia estaria aberta a missões de observação – mas não da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que neste momento tem técnicos em Kiev. “Não estamos falar da OSCE!”, reagiu rapidamente, quando desafiado pelo embaixador britânico.

No terreno, as autoridades pró-russas da Crimeia preparavam-se para cortar o fornecimento de água e electricidade às bases militares que ainda não se tenham rendido durante esta madrugada, diz a Reuters, citando Sergei Markov, um ex-deputado russo, leal a Vladimir Putin, que se reuniu com os novos poderes da região. “Se ficarem e persistirem em permanecer leais a Kiev, não receber o próximo salário. A sua situação ficará cada vez mais desconfortável”. 

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