Israel responde com bombardeamentos aos rockets disparados de Gaza

Hamas não aceitou prolongamento do cessar-fogo. Israel suspendeu participação nas negociações do Cairo. Uma criança morre no raide aéreo na Cidade de Gaza.

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Crianças palestinianas divertem-se junto aos escombros de Beit Hanoun REUTERS/Mohammed Salem

Desde as 8h, altura em que expirou a trégua em vigor desde terça-feira, pelo menos 33 rockets foram disparados a partir de Gaza, adiantou o Exército israelita. Dois sobrevoaram a cidade de Ashkelon e foram interceptados pelo sistema de defesa antimíssil, num ataque foi reivindicado pelo braço armado da Jihad Islâmica. Estilhaços de um outro feriram um civil e um soldado na localidade de Shaar Hanegev, no Sul de Israel.

Israel, que tinha ameaçado responder “com fogo muito pesado” retomou pouco depois os bombardeamentos contra “alvos terroristas” em Gaza. Há notícias de explosões em vários pontos do território e um menino de dez anos morreu quando um míssil atingiu um edifício contíguo a uma mesquita num bairro no leste da Cidade Gaza, naquela que é a primeira morte depois do colapso da trégua.

Um porta-voz militar garantiu, no entanto, que as ordens do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, envolvem apenas ataques da aviação e artilharia, não existindo planos para o regresso das forças terrestres a Gaza.

Ainda antes dos bombardeamentos, milhares de palestinianos começaram a fugir das suas casas na zona oriental da Cidade de Gaza, contam jornalista da AFP, adiantando que a fuga terá sido precipitada pelo som dos aviões não tripulados israelitas que sobrevoavam a zona. Em quase um mês de guerra, mais de 1800 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza, enquanto Israel confirmou a morte de 64 soldados e três civis.

O Hamas definiu como condição para uma trégua duradoura a garantia de que será levantado o bloqueio à Faixa de Gaza, em vigor desde 2006 e agravado pelo encerramento da fronteira com o Egipto, e a libertação de centenas de militantes que foram detidos nos últimos meses. O movimento islamista garantiu, ainda assim, que continuava disponível para participar nas negociações mediadas pelo Egipto. Um responsável israelita garantiu, no entanto, a suspensão dos contactos, sublinhando que “Israel não negoceia debaixo de bombas”.

Israel, que tinha concordado com o prolongamento do cessar-fogo, insiste na desmilitarização daquele território e avisa que, se os disparos continuarem, pode adoptar medidas mais draconianas. “Desta vez seremos seriamente obrigados a considerar, mesmo sem entusiasmo, a opção de retomar o controlo da Faixa de Gaza a fim de derrubar o regime do Hamas”, avisou quinta-feira à noite o ministro israelita dos Assuntos Estratégicos, Yuval Steinitz.

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