Primeiro-ministro da Tunísia apresenta demissão
Hamadi Jebali não conseguiu o apoio necessário para formar um Governo de coligação só com personalidades sem filiação partidária.
A intenção de Hamadi Jebali de constituir um Governo de transição apenas com figuras sem filiação partidária teve a oposição do seu próprio partido, os islamistas do Ennahda, que encabeçava a actual coligação.
O mais recente período de instabilidade na coligação que juntava até hoje o Ennahda e dois partidos seculares começou há duas semanas, com o assassínio do opositor de esquerda e activista dos direitos humanos Chockri Belaid, no passado dia 6.
Para tentar acalmar os ânimos, o primeiro-ministro anunciou que pretendia dissolver o Governo e nomear um executivo formado por tecnocratas sem filiação partidária, para gerir o país até à realização de eleições no final deste ano.
Numa conferência de imprensa, nesta terça-feira, Hamadi Jebali lembrou que tinha prometido que se a sua iniciativa não tivesse sucesso, iria demitir-se. "E já cumpri o que disse", declarou, após um encontro com o Presidente Moncef Marzouki.
No momento da saída, Hamadi Jebali mostrou-se disponível para liderar um novo Governo, mas apenas se obtiver garantias com vista à marcação de uma data para as próximas eleições legislativas e a aprovação de uma nova Constituição.