}

Ponte das Artes em Paris cede com o peso do amor

Estima-se que os cadeados representem um peso adicional à ponte de cerca de 93 toneladas.

Fotogaleria
JACQUES DEMARTHON/AFP
Fotogaleria
JACQUES DEMARTHON/AFP
Fotogaleria
JACQUES DEMARTHON/AFP

Construída em 1804 durante o regime de Napoleão, perto do agora Louvre, a ponte tem cerca de 700 mil cadeados presos, com um peso estimado de 93 toneladas. A tradição desde 2008 de colocar cadeados na estrutura e depois lançar a chave ao Sena tem tido adeptos de todo o mundo, mas também fortes críticas de movimentos que condenam a iniciativa.

Este domingo, duas das barreiras laterais da ponte, com 2,4 metros de comprimento no total, cederam e caíram sobre o tabuleiro, devido ao excesso de peso de milhares de cadeados. Não houve registo de feridos, segundo a polícia parisiense.

A ponte foi evacuada e fechada por motivos de segurança. A parte que cedeu foi entretanto substituída por um painel de madeira e a ponte reaberta esta segunda-feira.

A Pont des Arts tem sido alvo de polémica. A tradição não é bem recebida por alguns parisienses e mesmo por cidadãos estrageiros a viver na capital francesa. As autoridades já pediram que se substitua os cadeados de metal por “cadeados virtuais”, a que os apaixonados podem aceder sempre que quiserem mas sem colocar em causa a segurança do monumento.

Lisa Anselmo e Lisa Taylor Huff, duas americanas a viver em França, decretaram, por sua vez, guerra à tradição, que consideram “vandalismo”, e lançaram um abaixo-assinado dirigido à Câmara Municipal de Paris para acabar com os famosos cadeados em todas as pontes e monumentos da cidade.

Na campanha eleitoral para as autárquicas em Paris, a nova presidente camarária socialista Anne Hidalgo anunciou “alternativas artísticas, solidárias e ecológicas” para os cadeados do amor. Depois da Pont des Arts, as autoridades francesas já encontraram cadeados noutros monumentos da cidade, incluindo outras pontes, como a Ponte do Arcebispo ou a de Léopold-Sedar-Senghor, e na própria Torre Eiffel.

“Desde que Anne Hidalgo me pediu para me ocupar do problema, fomos alvo de sarcasmos”, contou à AFP Bruno Julliard, vereador da Cultura de Paris. “Este último acontecimento vem reforçar a nossa convicção de que é verdadeiramente necessário encontrar uma alternativa”.

Sugerir correcção
Comentar