Em declarações à agência Reuters, o comissário adjunto da polícia de Bombaim, Sadanand Date, adiantou que os últimos dois suspeitos foram detidos neste domingo, sendo que um deles foi capturado na capital Nova Deli, a centenas de quilómetros a norte da cidade onde ocorreu o crime. A polícia de Nova Deli não fez declarações.

A violação ocorreu ao princípio da noite, quando a rapariga e um colega de trabalho abandonavam os edifícios onde tinham ido em reportagem, numa antiga unidade industrial têxtil usada por sem-abrigo e traficantes de droga. Um dos homens fez-se passar por um funcionário da linha de ferro, que fica próxima da antiga fábrica. “O nosso patrão viu-vos a tirar fotografias, têm de vir connosco”, terá dito, segundo o relato da rapariga, citado pela CNN.

Segundo a rapariga, o homem recusou-se a deixá-los falar com o patrão. Em vez disso, quando estavam a aproximar-se da saída da unidade, outro dos suspeitos acusou o repórter de ser responsável por um homicídio, ocorrido há dias. “Eu implorei para que nos deixassem ir embora, mas eles gritaram comigo e ameaçaram-me”, contou a fotojornalista à polícia. Os dois foram levados novamente para dentro da fábrica e imobilizados com cintos. Nessa altura, chegaram mais três homens.

“Três homens ficaram com o meu colega, e dois levaram-me para trás de uma parede”, acrescentou. Foi quando se deu a violação, que terá sido perpetrada pelos cinco, à vez. A vítima disse que a mãe lhe ligou várias vezes para o telemóvel, antes de os homens desligarem o aparelho. Disse ainda que foi ameaçada com objectos cortantes, como garrafas de vidro partidas.

A polícia mobilizou 20 equipas para investigar o crime. Os suspeitos foram identificados pouco depois e alguns foram sendo detidos. O primeiro foi um rapaz de 19 anos, desempregado. Neste domingo, a polícia conseguiu deter os dois últimos. Os cinco vão agora ser acusados de um crime punível com até 20 anos de prisão.

O caso pôs em causa a segurança na Índia, nomeadamente em Bombaim, que é considerada uma das cidades mais seguras para as mulheres naquele país. Isto porque o número de violações tem aumentado: segundo os números oficiais citados pela CNN, entre Janeiro e Março registou-se uma média de 30 casos por mês, ou seja, um caso por dia. Em 2012, em igual período, registaram-se 19 casos por mês.

Muitos questionam se a cidade está a seguir o caminho de Nova Deli, onde ocorreram vários episódios de violações no ano passado. Um deles, que envolveu uma estudante de medicina de 23 anos que acabou por morrer no hospital, provocou uma onda de protesto nas ruas. O julgamento dos arguidos está na fase final e a decisão deve ser conhecida até ao final deste mês, segundo a Reuters.