De manhã, quando muitos habitantes da enorme cidade tinham saído de casa e estavam a caminho do emprego, uma dezena de carros armadilhados explodiu em diferentes localizações.

Quase todas as viaturas explodiram em bairros habitados por uma maioria de xiitas – Sadr City, o enorme bairro pobre xiita no norte da cidade, foi um dos alvos.

Pela mesma altura, um bombista suicida detonava os seus explosivos junto a um mercado no bairro de Kadhamiya, fazendo cinco mortos mortos e muitos feridos.

No bairro de Shaab explodiram dois carros armadilhados. Marwa, uma jovem de 18 anos ouvida pela AFP, acusou os líderes políticos de não agirem para impedir a violência. “A nossa casa está em ruínas. E os políticos passam todo o tempo a lutar uns contra os outros por causa dos lugares que querem ocupar, em vez de se interessarem por nós.”

Em Mahmudiya, a sul de Bagdad, um segundo bombista lançou-se contra uma esquadra da polícia, matando outras três pessoas. Em Madain, também a sul, uma bomba explodiu à passagem de uma patrulha militar; quatro soldados morreram e três ficaram feridos.

Estes ataques são apenas mais uma prova de que a violência está de regresso à vida dos iraquianos. Desde o início do ano, atentados já mataram mais de 4000 civis e deixaram 10 mil feridos – em Julho, números das Nações Unidas mostram que foram mortos 1057 iraquianos, a maioria civis, o que faz do mês passado o mais mortífero em anos.

O Governo do xiita Nouri al-Maliki, acusado de marginalizar a população sunita, tem respondido à violência intensificando a campanha de detenções contra os insurrectos sunitas, o que lhe valeu renovas acusações de sectarismo. Ao mesmo tempo, Governo e Parlamento estão quase paralisados por divergências entre os grupos políticos.

Há dias soube-se que Maliki decidiu reactivar as milícias sunitas que os Estados Unidos financiaram e armaram para combater os extremistas estrangeiros.