Papa Francisco eleito Pessoa do Ano da revista Time
Pôs a missão de ajuda e protecção dos mais desfavorecidos acima da doutrina política da Igreja.
"O que torna este Papa tão importante é a rapidez com que cativou milhões que tinham desistido de ter esperança na Igreja. [...] Em escassos meses, Francisco elevou a missão de reconfortar da Igreja – a missão de servir e confortar os que mais precisam – acima da doutrina política que fora tão importante para os seus antecessores", escreve a revista, justificando a escolha.
Lider da Igreja católica desde 13 de Março, o argentino Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, que sucedeu a Bento XVI, é o primeiro não-europeu a cumprir esta função suprema em cerca de 1300 anos.
Com o seu estilo modesto e próximo das pessoas, ele fez soprar ventos de mudança numa Igreja católica em crise, apesar dos seus 1.2 milhões de fieis.
“Em nove meses, ele soube colocar-se no centro das discussões essenciais da nossa época: a riqueza e a pobreza, a equidade e a justiça, a transparência, a modernidade, a globalização, o papel da mulher, a natureza do casamento, as tentações do poder”, resumiu a directora da Time, Nancy Gibbs.
O Vaticano saudou a escolha da revista americana: “É um sinal positivo que uma das recompensas mais prestigiosas dos media internacionais seja entregue a uma pessoa que apregoa os valores espirituais, religiosos e morais no mundo e promove verdadeiramente a paz e a justiça”, declarou o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi.
A revista, no seu site, divulga a lista dos restantes finalistas desta eleição – em que participam também os leitores – e nela estão os nomes de Edward Snowden (que a revista apelida de "Profeta Negro"), Edith Windsor (a "Activista Improvável"), Bashar al-Assad (o "Tirano Letal") e Ted Cruz (o "Incendiário").