Onze premiados com o Nobel da Paz intercedem por activistas da Greenpeace presos na Rússia

Desmond Tutu, Ramos Horta e outros laureados consideram “excessivas” acusações de pirataria feitas a militantes da organização, que incorrem numa pena de 15 anos de prisão.

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Activistas da Greenpeace na prisão Dmitri Sharomov/Reuters

Numa carta divulgada nesta quinta-feira, pedem que sejam levantadas as “excessivas” acusações de pirataria a 28 militantes da Greenpeace, a um fotógrafo e a um realizador de vídeo freelancers. E que qualquer acusação seja feita “de acordo com a lei internacional e russa”.

O navioArctic Sunrise, de bandeira holandesa, foi apresado depois de militantes ecologistas terem tentado escalar uma plataforma petrolífera gigante da empresa Gazprom, a 18 de Setembro, como forma de alertarem para os riscos ambientais. Os 30 presos — 26 são estrangeiros — foram levados para Murmansk e são acusados de pirataria, pelo que incorrem numa pena de 15 anos de prisão.

“Estamos convencidos que partilha o nosso desejo de respeitar o direito ao protesto não-violento”, dizem os subscritores, numa carta divulgada pela organização ecologista.  Os Nobel alteram também Putin para os riscos ambientais da exploração petrolífera no Árctico.

“Apelamos a todos os Estados no sentido de fazerem o máximo para proteger esse preciso tesouro da Humanidade e a libertarem-se da dependência da energia petrolífera. Como [líder de] um dos países mais directamente envolvidos, apelamos-lhe a liderar pessoalmente esse esforço”, escreveram os Nobel da Paz.

Dmitri Peskov, porta-voz de Putin, disse, segundo a agência Ria-Novosti, que os subscritores da carta escolheram mal o destinatário. “O Presidente tem muito respeito pelos laureados com o Prémio Nobel e dá muita atenção à sua opinião. Mas, neste caso, não é o destinatário certo.”

Logo depois das detenções, Vladimir Putin disse que os militantes da Greenpeace não são “piratas” mas que violaram a lei tentando “tomar” uma plataforma petrolífera.

Para além do arcebispo sul-africano e do ex-Presidente de Timor, o texto é assinado pelo argentino Adolfo Pérez Esquivel, pelas norte-irlandesas Maired Maguire e Betty Williams, pelo antigo Presidente da Costa Rica Oscar Arias Sanchez, pela norte-americana Jody Williams, pela liberiana Leymah Gbowee, pela iemenita Tawakkol Karman, pela guatemalteca Rigoberta Menchu e pelo iraniano Shirin Ebadi

O comandante do Artic Sunrise é o norte-americano Peter Willcox, que comandava o Rainbow Warrior, navio da Greenpeace afundado pelos serviços secretos franceses em 1985, no porto de Auckland, Nova Zelândia, numa operação em que morreu o fotógrafo holandês de origem portuguesa Fernando Pereira

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