Obama cancela cimeira com Putin por causa de Snowden

Presidente dos Estados Unidos confirma presença na reunião do G20 em São Petersburgo, mas não vai encontrar-se com o Presidente russo.

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A cimeira do G20 vai decorrer em São Petersburgo, em Setembro Jason Reed/Reuters

O analista informático contratado pela Agência de Segurança Nacional (NSA) saiu do aeroporto de Cheremetievo, em Moscovo, na quinta-feira da semana passada, numa decisão das autoridades russas que deixou a Administração Obama "extremamente desiludida".

A Casa Branca insiste no regresso de Edward Snowden aos Estados Unidos, para ser julgado por divulgação de documentos confidenciais sobre o programa de espionagem da NSA.

"A decepcionante decisão da Rússia de conceder asilo temporário a Edward Snowden foi também um factor que levámos em conta quando avaliámos o estado actual das nossas relações bilaterais", sublinhou o porta-voz Jay Carney num comunicado publicado no site da Casa Branca.

Citado pela agência Associated Press, o vice-conselheiro para a Segurança Nacional, Ben Rhodes, disse que os Estados Unidos vão "continuar a trabalhar com a Rússia sobre os assuntos em que seja possível chegar a uma base de entendimento", mas sublinhou que "o Presidente e a sua equipa de segurança nacional foram unânimes ao considerar que não faria sentido fazer uma cimeira no ambiente actual".

Numa primeira reacção ao anúncio do Presidente Barack Obama, o Kremlin mostrou-se "desiludido" com a evolução do caso e manteve o convite para um encontro entre os dois chefes de Estado, de acordo com declarações do conselheiro de Vladimir Putin para a política externa, Iuri Ushakov, citado pelas agências internacionais.

A Administração Obama começou a ser pressionada pelo Partido Republicano para cancelar o encontro com Putin assim que Moscovo concedeu asilo a Edward Snowden.

No dia em que o analista informático saiu do aeroporto, o senador John McCain defendeu que Washington "tem de repensar a relação com a Rússia de Putin". "Não podemos permitir que a acção de hoje de Putin passe em claro sem repercussões graves", declarou McCain.

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