O pai e três mulheres de seios nus estragaram o 1.º de Maio a Marine Le Pen
Mas esta sexta-feira as coisas podiam ter corrido melhor a Marine Le Pe, a líder do partido de extrema-direita. Primeiro foi o seu pai, Jean-Marie, de 86 anos, que foi afastado das listas eleitorais do partido para as eleições regionais de Dezembro e proibido de discursar neste 1.º de Maio. Sem ser convidado, o fundador da FN decidiu subir ao palco quando a sua filha se preparava para discursar frente a uma multidão de apoiantes reunidos na Praça da Ópera, em Paris. Em silêncio, levantou os braços, fez o "V" de vitória e manteve-se ali, sem olhar para Marine, deixando-se ser aclamado e aplaudido durante longos minutos. De seguida, entrou num carro e abandonou o local, sem ficar para ouvir o discurso da filha.
A guerra entre Jean-Marie e Marine já não é nova, mas as recentes declarações do pai sobre o Holocausto (“um pequeno detalhe” na história da Segunda Guerra Mundial) foram a gota de água, numa altura em que Marine Le Pen tenta desesperadamente “desdiabolizar” o seu partido. Mas o que ficou claro neste 1.º de Maio é que, tão cedo, Jean-Marie não vai sair de cena.
Quem também não sai de cena são as activistas feministas do colectivo Femen que aparecem um pouco por toda a parte a estragar discursos, manifestações e conferências de imprensa. Agora, três delas, de seios nus, com a mensagem “Heil Le Pen”, numa alusão à saudação nazi, pintada no torso, e de megafone na mão, plantaram-se numa varanda de um hotel junto ao palco onde Marine Le Pen tinha finalmente começado a discursar.
Antes de serem retiradas à força por vários homens, as três Femen ainda tiveram tempo de colocar na fachada do prédio enormes bandeiras vermelhas a evocar o III Reich, ao mesmo tempo que faziam saudações nazis para a multidão.
“Tantas surpresas neste 1.º de Maio!”, desabafou a líder da extrema-direita francesa, visivelmente incomodada, antes de retomar o seu discurso. E o que é que ela disse? Pouco se sabe, já que os protagonista do dia foram outros.