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No mundo ainda há 168 milhões de crianças que trabalham

Número diminuiu um terço. Relatório da OIT identifica 85 milhões que fazem trabalhos considerados perigosos.

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A região da Ásia e do Pacífico continua liderar no número de crianças trabalhadoras Jorge Dan Lopez/Reuters

O documento da OIT revelado esta segunda-feira saúda a redução das crianças que trabalham mas sublinha que há ainda muito a fazer para eliminar as “piores formas” de trabalho infantil.

“Caminhamos na direcção certa mas o progresso é ainda muito lento. Se queremos acabar com o flagelo do trabalho infantil num futuro próximo, então precisamos de uma substancial intensificação dos esforços a todos os níveis. Existem 168 milhões de razões para o fazermos”, afirmou o director-geral da OIT, Guy Ryder, na apresentação do relatório, que acontece em vésperas da Conferência Global sobre Trabalho Infantil, em Brasília, Brasil.

Segundo os dados da OIT, a maior diminuição do número de crianças trabalhadoras, entre os cinco e os 17 anos, decorreu entre 2008 e 2012. Em quatro anos, caiu de 215 milhões para 168. A organização exemplifica que na região da Ásia e do Pacífico esse número caiu de 114 milhões para perto de 78 milhões, naquela que foi a descida mais acentuada registada no relatório. A diferença é menor quando analisados os dados da África subsariana (de 65 para 59 milhões) e na região da América Latina e Caraíbas (de 14 para 12 milhões). No ano passado, havia ainda 9,2 milhões de crianças sujeitas a trabalho no Médio Oriente e no Norte de África.

O relatório revela ainda que a percentagem de meninas que trabalha diminuiu 40% em relação a 2000, sendo de 25% essa queda quando se fala em rapazes.

A agricultura continua a ser o sector onde se regista mais este tipo de mão-de-obra (98 milhões), seguida de serviços diversos, como limpezas ou trabalho doméstico (54 milhões), e da indústria (12 milhões).

A OIT indica que mais de metade das crianças que em 2012 eram sujeitas a trabalho infantil exerciam tarefas consideradas perigosas para a sua “saúde, segurança e desenvolvimento moral”. “O actual número de crianças em trabalhos perigosos situa-se nos 85 milhões, menos que os 171 milhões em 2000”, aponta o relatório.

A organização considera que a diminuição registada em 12 anos pode explicar-se com o aumento do número de iniciativas criadas na luta contra o trabalho infantil. “Escolhas políticas associadas a investimentos na educação e na protecção social parecem ser particularmente relevantes para o declínio do trabalho infantil”, sublinha o documento. Também o “empenho político dos governos, o aumento do número de ratificações das duas convenções da OIT sobre trabalho infantil, escolhas políticas sólidas e enquadramentos legislativos sólidos”, terão contribuído para estes resultados.

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