NSA admite “casos muito raros” de uso abusivo do sistema de espionagem
A imprensa tinha noticiado casos de funcionários que usavam os meios da Agência de Segurança Nacional dos EUA para espiar relacionamentos amorosos.
Num comunicado divulgado nesta sexta-feira, aquele organismo afirma que “ao longo da última década, foram encontrados casos muito raros de violações deliberadas das competências da NSA”. A agência acrescentou que “leva muito a sério alegações de má conduta e coopera inteiramente com qualquer investigação”, e que tem “tolerância zero” neste género de situações.
De acordo com a agência noticiosa Bloomberg, que cita duas fontes anónimas da NSA, houve mais do que um caso de funcionários que usaram os dados ou as ferramentas da agência para espiar pessoas com quem tinham um relacionamento amoroso.
Na quinta-feira, também o Wall Street Journal, com base em fontes anónimas, tinha noticiado que alguns funcionários usavam o sistema para espiar relacionamentos pessoais. Segundo o jornal, a prática não é frequente, mas levou à invenção de um termo usado internamente para designar a actividade: loveint, resultado da combinação das palavras love e intelligence.
Nesses casos, a pessoa espiada estava fora dos EUA e os funcionários foram punidos disciplinarmente ou despedidos.
Um comité do Senado está a analisar os casos de abuso das competências da NSA. A presidente do comité, a democrata Dianne Feinstein, afirmou que, de acordo com informação da agência, a maioria dos casos de espionagem abusiva envolveram pessoas fora dos EUA. “Claramente, qualquer caso de não conformidade [com as regras] é inaceitável, mas este pequeno número de casos não muda a minha visão de que a NSA toma medidas significativas para prevenir quaisquer abausos, e que há um sistema substancial de controlo instalado”.