Novo assalto contra a fronteira entre Marrocos e Espanha em Melilla

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A fronteira em Melilla PIERRE-PHILIPPE MARCOU/AFP

Pelo menos 150 imigrantes subsarianos conseguiram entrar esta segunda-feira de manhã no enclave espanhol de Melilla a partir de Marrocos, durante um assalto contra a fronteira levado a cabo por um grupo de 250 pessoas.

Esta nova tentativa de entrar à força em solo europeu é mais uma prova da forte pressão migratória a que está submetida Melilla, uma cidade autónoma espanhola situada em território marroquino, tal como é o caso de Ceuta, onde pelo menos 15 migrantes clandestinos morreram no dia 6 de Fevereiro, um drama que provocou polémica em Espanha por causa da acção da Guarda Civil.

No assalto a Melilla, os 150 migrantes que conseguiram atravessar a fronteira dividiram-se rapidamente em grupos e dispersaram-se em direcção ao centro da cidade. “Actuaram de maneira muito coordenada”, disse uma nota da delegação do Governo espanhol no enclave.

José Palazón, porta-voz da ONG Prodein, sublinhou que, pela primeira-vez, a Guardia Civil “não devolveu ninguém a quente” ao território marroquino, o que significa que os clandestinos que foram detidos foram encaminhados para os centros de acolhimento onde a sua situação será analisada.

Ceuta e Melilla constituem as únicas duas fronteiras terrestres entre África e a Europa. Centenas de migrantes vindos da África subsariana agrupam-se regularmente às portes destes dois enclaves, aguardando do lado marroquino o melhor momento para tentar forçar a entrada em território espanhol.

Em Melilla, os migrantes lançam-se directamente contra o triplo gradeamento com sete metros de altura, enquanto em Ceuta tentam passar pelo posto fronteiriço ou pela praia que tem um gradeamento a separar Marrocos de Espanha.

O El País revela esta segunda-feira, citando fontes policiais, que cerca de 30 mil subsarianos estão concentrados em vários pontos de Marrocos à espera de poder entrar clandestinamente na Europa através dos enclaves espanhóis.

As autoridades de segurança espanholas consideram que os assaltos em grupo às fronteiras em Ceuta e Melilla são “o método de entrada mais preocupante pelo seu potencial desestabilizador, pela capacidade de provocar alarme social e pelo risco de causar violência por parte dos subsarianos e das forças de segurança marroquinas, o que já redundou em várias vítimas mortais”, referem fontes policiais ao mesmo jornal.

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