Além do Leikud-Beiteinu de Netanyahu, no Governo estarão representados o Yesh Atid, centrista, do ex-jornalista Yair Lapid, a formação de extrema-direita Casa Judaica, do milionário Naftali Bennet, e também o novo partido centrista liderado pela ex-ministra dos Negócios Estrangeiros Tzipi Livni. Esta grande coligação, que deve ser formalizada ainda esta quinta-feira, garante ao governo o apoio de 68 dos 120 deputados do Knesset (Parlamento), avança a Reuters.Os partidos ultra-ortodoxos, aliados tradicionais de Netanyahu nas coligações governamentais, ficam de fora desta vez. Estão em completa oposição ao Yesh Atid e à Casa Judaica relativamente aos benefícios sociais e ao direito a não fazer serviço militar obrigatório de que gozam os judeus ortodoxos, pelo que não aceitam juntar-se a eles.
O acordo de governo foi conseguido pouco tempo antes do prazo limite de 16 de Março. Se Netanyahu não conseguisse formar governo até lá, o Presidente da República, Shimon Peres, deveria designar um outro nome para tentar congregar uma maioria e formar governo. Mas como o líder do Likud-Beitenu acabou por ter sucesso, o seu novo executivo deve tomar posse na segunda-feira, diz a AFP – apenas dois dias antes da chegada de Barack Obama a Israel.
O principal pomo de discórdia era o Ministério da Educação, que acabou por ficar com o partido laico e liberal Yesh Atid (Há um Futuro). O líder do partido, o ex-jornalista de televisão Yar Lapid, deverá ficar com o Ministério das Finanças, num Governo que os analistas israelitas dizem que deverá ficar solidamente ancorado à direita em termos económicos e sociais.
O também muito disputado Ministério do Interior irá para o Likud, e Netanyahu ficará com a pasta dos Negócios Estrangeiros, aguardando o fim do processo judicial por abuso de confiança movido contra Avigdor Lieberman, seu aliado eleitoral e líder do partido nacionalista Israel Beiteinu.
Quanto ao partido de extrema-direita Casa Judaica, deverá ficar com o Ministério da Habitação, que tem a responsabilidade dos colonatos. O ministro deverá ser Uri Ariel, número 2 do partido. A Casa Judaica deverá controlar também a Comissão de Finanças do Parlamento, que tem um papel importante no financiamento dos colonatos, diz a AFP.