Negociações israelo-paestinianas vão recomeçar em Washington
John Kerry anuncia, em Amã, "passo significativo para a paz no Médio Oriente".
Esta base ainda está a ser formalizada, acrescentou o secretário de Estado dos EUA, pelo que não iria dar detalhes sobre ela. Mas “se tudo correr como esperado, conversações iniciais vão começar em Washington”. Kerry congratulou-se pelo “passo significativo para a paz no Médio Oriente”.
Apesar de Kerry não dar detalhes, sabe-se que em cima da mesa está a proposta da Liga Árabe de 2002, de um Estado israelita nas fronteiras anteriores a 1967, com um Estado palestiniano na Cisjordânia e Faixa de Gaza, que incluía ainda o reconhecimento e paz com 57 países árabes e muçulmanos.
Israelitas e palestinianos sentaram-se pela última vez em negociações directas em Setembro de 2010, mas as conversações terminaram rapidamente com a retirada dos palestinianos em protesto pela decisão israelita de não prolongar uma moratória à construção em colonatos porque, dizem, ao polvilhar a Cisjordânia e juntando-se uns aos outros, estes colonatos acabarão com a possibilidade de um Estado contíguo.
A situação piorou entretanto com Israel a anunciar a construção em sectores mais sensíveis, que deixariam por exemplo Jerusalém-Leste, que os palestinianos querem para capital do seu Estado, cortado da Cisjordânia – uma medida tomada por Israel em retaliação contra a iniciativa unilateral palestiniana de reconhecimento de um estado na ONU.
As negociações serão conduzidas por Tzipi Livni, a ministra encarregada do dossier do lado israelita, e Saeb Erekat, do lado palestiniano. Prevê-se que as negociações abram sem condições prévias, e a ideia é que durem de nove meses a um ano, segundo o diário israelita Yediot Ahronot. Os EUA serão mediadores e intervirão para desbloquear questões que surjam, acrescenta o jornal.