China e Japão anunciam exercícios militares no Mar da China Oriental
O clima de tensão vai subir na zona onde os dois países disputam território.
De acordo com um comunicado do ministério japonês da Defesa, os navios chineses aproximaram-se de uma das ilhas e ali permaneceram durante três horas. Foi a terceira vez que os chineses entraram nas águas territoriais japonesas desde a visita, no final de Abril, do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Japão.
Nela, Obama considerou que o arquipélago pertence ao Japão e está ao abrigo do acordo militar entre os EUA e Tóquio, que compromete os americanos com a defesa do território japonês, se este estiver em perigo. O Governo de Pequim contestou esta afirmação e argumentou que as ilhas pertencem à China por estarem no seu território — situam-se a 200 km de Taiwan.
O conflito entre os governos de Tóquio e Pequim eclodiu depois de, em 2012, o Japão ter comprado as ilhas a um particular, oficializando que fazem parte do país. O Governo chinês, que no passado não contestou a posse das ilhas pelo Japão, anunciou que a venda não podia acontecer porque o arquipélago pertence à China. E, desde então, navios chineses fazem patrulhas regulares junto às ilhas que também já forma sobrevoadas por aviões militares.
O pequeno arquipélago é desabitado mas passou a ser considerado estratégico pela sua posição e porque ali foram descobertos importantes recursos naturais, sobretudo gás.
A tensão na região deverá subir no final do mês de Maio, uma vez que depois da China também o Japão anunciou a realização de manobras militares no Mar da China Oriental (que separa os dois países). O Governo de Pequim anunciara que iria realizar exercícios ao largo de Xangai.
Esta sexta-feira, o Ministério da Defesa japonês anunciou que até ao fim do mês também realizará exercícios militares destinados a testar a capacidade para "defender as ilhas" japonesas. Quatro navios, dois aviões e 1300 homens vão concentrar-se junto a Amami, uma ilha próxima de Okinawa (que fica a 400 km das ilhas disputadas). Segundo a imprensa japonesa, as manobras deverão realizar-se entre os dias 10 e 23 de Maio.