Mulher que tentou forçar entrada da Casa Branca sofria de depressão
Miriam Carey sofria de depressão, diz a mãe. Não estava armada, acrescentam as autoridades que cedo descartaram a pista de um possível plano terrorista.
“Ela estava deprimida. Estava doente e chegou a receber tratamento no hospital”, disse Idella Carey, sublinhando que a filha não tinha "história de violência". Na quinta-feira, entrou na zona do Capitólio, onde funciona o Congresso em Washington, ao volante de um carro desportivo a alta velocidade desafiando as ordens da polícia. Levava no carro um bebé que se pensa ser a sua filha. A criança está bem.
Os agentes de segurança tentaram travá-la, apontando uma arma. E apesar de ser perseguida por carros e agentes da polícia, não desistiu e continuou a circular em alta velocidade até que chocou contra uma barreira de segurança, descreve a imprensa norte-americana. Terá então saído do carro e sido morta por vários agentes, descreve o New York Times.
A chefe da polícia disse que a condutora tinha tentado quebrar as barreiras e que o incidente não era um acidente, refere o Washington Post. A pista terrorista foi excluída. Poucas semanas depois do ataque nas instalações da Marinha em Washington que vitimou 13 pessoas, incluindo o atacante Aaron Alexis, “os nervos estão em franja” em Washington e nos Estados Unidos, segundo a imprensa, também devido ao shutdown, com o encerramento, por tempo indeterminado, de várias agências do Governo federal, por falta de verbas de um Orçamento não aprovado no Congresso.
Os congressistas prosseguiam, aliás, as negociações quando o Capitólio teve de ser brevemente encerrado. A polícia autorizou alguns congressistas a sair por um túnel subterrâneo.
O incidente começou por ser descrito como um tiroteio, mas apenas os agentes dispararam, continua a imprensa. “Ela estava a usar o carro como arma", disse uma fonte citada sob anonimato pela estação de televisão NBC. Um polícia ficou ferido durante a perseguição que acabou por vitimar a condutora..
Miriam Carey morreu já no hospital, onde deu entrada com ferimentos graves que dificultaram a sua identificação, notam os jornais.
É a segunda mais nova de cinco irmãs de uma família praticante que vivia num apartamento em Brooklyn, no leste de Nova Iorque, conta o New York Times. Uma das irmãs, Franchette, esteve com ela esta semana e disse ao New York Times que ela parecia bem. Na terça-feira à noite foi um amigo de longa data, Michael Brown, que a viu, acrescenta o mesmo jornal, ainda com o uniforme do trabalho quando ia buscar a filha a casa da mãe.
Um médico que a empregou no passado lembra-se de Miriam Carey como pessoa temperamental que foi despedida depois de vários problemas com colegas. Barry J. Weiss acrescentou ao New York Times: “Quando a confrontávamos com situações no consultório, ela reagia tempestuosamente.”