Morreu a mais velha sobrevivente do Holocausto

Alice Herz-Sommer, de 110 anos, considerada a mais velha sobrevivente do Holocausto, morreu neste domingo.

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Alice Herz-Sommer, de 110 anos, considerada a mais velha sobrevivente do Holocausto, morreu neste domingo, num hospital de Londres, depois de ter sido internada na última sexta-feira.

A morte da pianista e professora de música acontece apenas uma semana antes do filme The Lady In Number 6: Music Saved My Life, que relata a sua história de sobrevivência num campo de concentração, estar presente nos Óscares, na cerimónia do próximo fim-de-semana, onde concorre na categoria de melhor documentário de curta-metragem.

Ela, o marido, e o filho, foram enviados em 1943 de Praga, onde nasceu, para o campo de concentração de Theresienstadt, na Alemanha, durante a II Guerra Mundial, no qual os prisioneiros tinham permissão para apresentar espectáculos e nos quais acabou por participar inúmeras vezes.

Cerca de 140 mil judeus foram enviados para Teresienstadt e 33.430 morreram ali. Aproximadamente 88 mil foram transferidos para Auschwitz e outros campos, onde a maioria foi morta. Herz-Sommer e seu filho, Stephan, estavam entre os menos de 20 mil que sobreviveram quando o campo foi libertado pelas tropas soviéticas em 1945.

Herz-Sommer nasceu em 26 de novembro de 1903, em Praga, e começou a aprender a tocar piano aos cinco anos, com a irmã. Ainda em criança, conheceu o escritor Franz Kafka, que era amigo do seu cunhado, e adorava ouvir as histórias do escritor. Depois da retirada do campo de concentração, retornou a Praga e em 1949 emigrou para Israel, onde trabalhou como professora de música. Vivia em Londres desde 1986 e a música era a sua grande paixão e nunca o escondeu.

"A música era realmente o nosso alimento. Através da música fomo-nos mantendo vivos", disse ela uma vez acerca da sua passagem pelo campo de concentração.

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