Membro das Pussy Riot termina greve de fome

Nadejda Tolokonnikova estava no hospital desde domingo e aceitou terminar a greve de fome que durava há mais de uma semana.

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Tolokonnikova exige ser transferida para outra prisão MAKSIM BLINOV/AFP

“A detida pôs fim à greve de fome e começou a alimentar-se”, lê-se no comunicado, citado pela AFP. A informação foi confirmada pelo deputado Ilia Ponomarev e pelo delegado do Kremlin para os direitos humanos, Vladimir Loukine.

Nadejda Tolokonnikova terá começado a ingerir alimentos devido à degradação da sua saúde nos últimos dias, segundo Ponomarev. “Falei com Tolokonnikova, ela cessou a sua greve de fome por razões médicas”, escreveu o deputado na sua conta de Twitter.

Apesar do estado de saúde débil, a activista continua a exigir ser transferida para outro estabelecimento prisional e que sejam feitas “mudanças” na sua actual prisão.

“Chegámos a um acordo para que ela terminasse a greve de fome tendo em conta o facto de que a direcção da penitenciária irá examinar com boa vontade o seu pedido de transferência”, confirmou Loukine, que se encontrou com a detida.

Ambiente de terror
A activista iniciou uma greve de fome em protesto contra o ambiente de terror vivido na colónia penal n.º 14 da Mordóvia, a 600 quilómetros de Moscovo, para onde foi transferida no Outono passado. Numa carta aberta, publicada no jornal britânico The Guardian, Tolokonnikova afirmava que as detidas “têm medo das próprias sombras, vivem aterrorizadas”. A greve de fome, iniciada a 23 de Setembro, foi a única forma que encontrou para ser ouvida.

Na quinta-feira, Tolokonnikova disse que os guardas tinham deixado de lhe dar água, uma acusação que as autoridades negam. De acordo com a direcção da colónia prisional da Mordóvia, as garrafas de água foram substituídas por água quente, a conselho dos médicos.

Nadejda Tolokonnikova foi condenada a uma pena de dois anos pela sua participação, enquanto membro da banda Pussy Riot, numa “oração punk” na Catedral do Cristo Salvador, em Moscovo, na qual criticavam a Igreja Ortodoxa russa e o Presidente russo, Vladimir Putin.

 

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