Manifestações contra Dilma Rousseff em 400 cidades do Brasil
Organizadores esperam que um milhão de pessoas proteste nas ruas.
No dia 15 de Março, os protestos levaram à rua 1,7 milhões de pessoas para exigir o fim da impunidade. Muitos pediram a impugnação do mandato da Presidente, uma figura conhecida no Brasil como impeachment.
O Movimento Brasil Livre (MBL), um dos organizadores do protesto, denuncia a quebra das promessas eleitorais por parte da chefe de Estado que "aumentou o preço da electricidade e da água, e que reduziu os direitos dos trabalhadores", como disse um dos dirigentes, o politólogo Fábio Osterman, à AFP.
Os três principais movimentos que convocaram o protesto nacional - MBL, Vem Para a Rua e Revoltosos Online - vão, desta vez, unir-se debaixo de um só lema: "Fora Dilma". Os três grupos ainda mantém divergências sobre o objectivo do protesto (uma das diferenças é quanto à destituição da Presidente), mas tentaram chegar a um entendimento para evitar dispersão e que, nas manifestações, surjam grupos mais extremistas que perturbem a mensagem. Em Março juntaram-se aos protestos grupos a pedir um golpe de estado militar.
O presidente do Partido Social Democrata, Aécio das Neves, candidato derrotado por Rousseff na corrida para a presidência do Brasil, deu o seu apoio aos manifestantes. Em Março decidira não participar nas marchas contra o Governo para não "politizar" o protesto contra o Governo, mas considerou que, desta vez, se deve pronunciar.
Aécio das Neves não disse ainda se vai desfilar ao lado dos manifestantes de Belo Horizonte - segundo o jornal Folha de São Paulo, disse aos apoiantes que decidirá no momento. Mas na sexta-feira, através de um vídeo, apelou à mobilização: "Se você está com um nó na garganta, vá para a rua e se manifeste".
Treze senadores, 22 deputados, dois governadores, o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT, o de Dilma Rousseff) e antigos funcionários da presidência estão a ser investigados pela polícia (alguns estão detidos) pela sua participação num esquema de corrupção nacional que, segundo os dados da investigação, desviou quatro mil milhões de dólares numa década.
Também estão implicados empresários e antigos presidentes de empresas privadas e públicas, que aceitaram luvas para manipularem os concursos e assim obterem contractos com a Petrobras. O esquema também era alegadamente usado para financiar partidos políticos.
O tesoureiro do PT, João Vaccari, que diz estar inocente, foi formalmente acusado de corrupção e de branqueamento de dinheiro. Vai começar a ser julgado juntamente com outras 26 pessoas.