Malnutrição é responsável por 45% da mortalidade infantil
Investigadores confirmam importância dos primeiros anos de vida para a saúde e alertam que ciclo da pobreza não pode ser quebrado, se nutrição não for prioridade.
O trabalho confirma também que os primeiros mil dias de vida, considerando o período da concepção e dos dois anos de idade, têm consequências duradouras para a saúde.
A malnutrição – que pode ser resultado quer de excesso de peso, quer de subnutrição – tem igualmente um importante impacto económico, segundo o estudo divulgado pela BBC.
As conclusões do estudo publicado pela Lancet resultam do trabalho de uma equipa liderada por Robert Black, da John Hopkins Bloomberg School of Public Health, de Baltimore, Estados Unidos.
Os investigadores passaram em revisão os dados relativos a subnutrição e obesidade em países de baixo ou médio rendimento e sobre programas alimentares nacionais e internacionais, desde 2008.
Ainda que tenham sido feitos progressos nos últimos anos, em 2011 mais de 165 milhões de crianças tinham uma altura inferior à média para a sua idade e 50 milhões um peso inferior à média.
Cerca de 900 mil vidas poderiam ter sido salvas em 34 países, se dez intervenções nutricionais de êxito comprovado tivessem sido alargadas a 90% da população, concluíram os investigadores.
A equipa de Robert Black avisa também que o ciclo da pobreza não pode ser quebrado, se a nutrição não for uma prioridade global.
Um relatório das Nações Unidas divulgado nesta semana calcula em 3,5 mil biliões [milhões de milhões] de dólares por ano (2,66 biliões de euros), ou 500 dólares por pessoa globalmente, os custos sociais e económicos da malnutrição.