Malala e Snowden na lista de candidatos ao prémio Sakharov

Lista foi divulgado pelo Parlamento Europeu. Vencedor será conhecido a 10 de Outubro

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Malala Yousafzai é hoje um símbolo da luta pelos direitos das mulheres e pelo acesso à educação Navesh Chitraka/Reuters

A lista - que inclui sete candidaturas, das quais quatro colectivas, -- foi aprovada na segunda-feira pelas comissões dos Negócios Estrangeiros e do Desenvolvimento do Parlamento Europeu (PE) e será reduzida a três finalistas no dia 30.

A candidatura de Malala Yousafzai, que aos 11 anos, em 2009, começou a defender a educação feminina no vale de Swatt, no Paquistão, é apoiada pelos líderes dos três maiores grupos políticos do PE. Em 2012, Malala sobreviveu a um ataque de um taliban, que a baleou na cabeça, tendo-se tornado um símbolo da luta pelos direitos das mulheres e pelo acesso à educação.

Por seu lado, Edward Snowden, um informático contratado pela Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA, na sigla inglesa), é o candidato indicado pelos Verdes e o Grupo da Esquerda Unitária. Em nome da transparência, Snowden divulgou informação classificada sobre programas de vigilância dos EUA, tendo sido acusado de espionagem e estando asilado na Rússia.

Um grupo de 41 deputados europeus, encabeçado por Ana Gomes, propôs as jornalistas Reeyot Alemu e Eskinder Nega (Etiópia), que estão presas, acusadas de terrorismo, depois de terem criticado o Governo.

Em representação de todos os presos políticos bielorrussos, 43 eurodeputados nomearam o presidente de uma ONG de defesa de direitos humanos, Ales Bialatski, o activista Eduard Lobau, e Mikola Statkevich, que foi candidato presidencial. Os três estão presos desde Dezembro de 2010 depois de terem participado em protestos contras as eleições “fraudulentas” que reelegerem o Presidente Alexander Lukashenko

A lista inclui ainda o prisioneiro político russo Mikhail Khodorkovski, que já cumpriu 10 anos de uma sentença de 14 por denúncias de corrupção, envolvendo o Presidente Vladimir Putin.

O turco Erdem Gunduz integra a lista de candidatos por ter lançado o protesto dos “Standing man”, na praça Taksim, a 17 de Junho de 2013, um movimento pacífico defendendo a liberdade e os direito humanos.

A lista termina com a campanha global da cadeia norte-americana de televisão CNN para acabar com a escravatura e o tráfico de seres humanos, “Ending Modern.Day Slavery”.

O vencedor será escolhido no dia 10 de Outubro, em conferência de presidentes do PE, em Estrasburgo, e o prémio será entregue a 20 de Novembro.

O Prémio Sakharov para a liberdade de pensamento, no valor de 50 mil euros, foi atribuído, em 2012, ao cineasta Jafar Panahi e à advogada e ativista Nasrin Sotoudeh, ambos iranianos.

Nelson Mandela e o dissidente soviético Anatoli Marchenko (a título póstumo) foram os primeiros galardoados, em 1988.

Em 1999, o prémio Sakharov foi entregue a Xanana Gusmão (Timor-Leste) e, em 2001, a Zacarias Kamwenho (Angola).