Mais dois mortos faz subir para 24 o número de vítimas mortais num mês de protestos na Venezuela

Novos confrontos de manifestantes da oposição em Caracas. Disparos matam estudante e militar no estado de Carabobo.

Os estudantes entraram em confronto com a polícia
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Os estudantes entraram em confronto com a polícia JUAN BARRETO/AFP
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Manifestantes protegem-se com um escudo roubado à polícia Carlos Garcia Rawlins/REUTERS
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Manifestante afectado pelo gás lacrimogéneo Carlos Garcia Rawlins/REUTERS
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Apoiantes de Chávez reunidos em Caracas numa "marcha pela paz" Carlos Garcia Rawlins/REUTERS
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Manifestantes queiram fotografia de Hugo Chávez depois de saquearem um edifício público Carlos Garcia Rawlins/REUTERS

A violência na capital começou quando as forças da Guarda Nacional impediram os manifestantes da oposição de deixaram a Praça Venezuela para se dirigirem para o edifício sede da Defensoría del Pueblo (Provedor da República), onde queriam entregar um documento de protesto contra a violência policial, que a 12 de Fevereiro resultou na morte de dois manifestantes em Caracas.

Contra o gás lacrimogéneo e os canhões de água da polícia os estudantes, vestidos de branco, atiraram pedras e cocktails molotov – os repórteres da Reuters dizem ter visto várias pessoas ficarem feridas.

Enquanto isto, ponto da capital, os apoiantes de Maduro e da revolução bolivariana iniciada pelo falecido Hugo Chávez faziam uma “marcha pela paz”. Embora entre as 24 vítimas mortais dos protestos haja tanto opositores como apoiantes do regime, para os chavistas a culpa está toda com os que começaram a protestar.

“A oposição está a causar toda esta violência. Deviam ser mais espertos. As barricadas na rua não fazem sentido nenhum, só provocam violência”, disse à Reuters o apoiante do Governo Marcos Alacayo, de 46 anos, um dos manifestantes – algumas centenas – que se reuniram nesta manifestação.

Das mais de 1300 pessoas detidas desde que começaram as manifestações contra o governo, 92 ainda estão presas, de acordo com números do Governo, cita a Reuters. Entre estes estão 14 polícias, alguns dos quais implicados na morte dos dois manifestantes em Caracas a 12 de Fevereiro, que inflamou os ânimos. Mais de 300 pessoas ficaram feridas nos protestos.

No estado de Carabobo, no centro do país, morreram mais duas pessoas esta quarta-feira, as que elevaram a contagem para 24 mortos: um estudante e um capitão do exército foram alvejados por armas de fogo, em dois incidentes separados.

O estudante Jesus Acosta foi baleado numa rua perto da sua casa, e activistas da oposição atribuem a culpa a apoiantes do Governo. Dizem que está a haver uma onda de ataques contra estudantes. O governador do estado, Francisco Amelicach, diz que isso é um disparate, e que o disparo veio de entre os manifestantes da oposição, relata a Reuters.

Já o capitão Ramso Brancho morreu num tiroteio com “criminosos terroristas”, nas palavras do governador Amelicach.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União de Nações Sul Americanas (Unasul) discutem esta quarta-feira a situação na Venezuela, em Santiago do Chile. Mas é pouco provável que dali saia uma ideia para pôr cobro à situação. O ministro chileno Heraldo Muñoz, citado pela Reuters, ilustrava bem a dificuldade diplomática da situação: “Estaremos a favor de proteger e de promover os direitos humanos, mas ao mesmo tempo não podemos aceitar mobilizações violentas que tentam derrubar um Governo constituído de forma legítima”.

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