Liga Árabe junta-se à coligação contra o Estado Islâmico

Barack Obama anuncia quarta-feira a estratégia contra os jihadistas. O imã Ahmed al-Tayeb, da mesquita universitária Al-Azhar, chamou-lhes "criminosos que contaminam o islão".

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Nabil al-Arabi, o secretário-geral da Liga Árabe, organização que se reuniu no Cairo AFP

"Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países árabes estão de acordo sobre a adopção das medidas necessárias para enfrentar os grupos terroristas, entre eles" o Estado Islâmico, disse Arabi numa conferência de imprensa, depois de uma reunião de alto nível no Cairo (Egipto).

O texto final da reunião diz que há consenso sobre a necessidade de se recorrer a "todas as medidas para combater o terrorismo ao nível político, de segurança e ideológico".

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que quarta-feira revela em Washington a estratégia de combate ao Estado Islâmico - o seu objectivo é que o grupo deixe de ser uma ameaça, como disse -, queria o envolvimento regional no combate ao grupo que conquistou um largo território na Síria e no Iraque e que ali proclamou um Califado.

Os EUA querem a Turquia na coligação, e no fim-de-semana o secretário da Defesa, Charles Hagel, esteve em Ancara para conversar com o Presidente Recep Erdogan.

Obama já revelou que a estratégia "vai ter um elemento militar", mas não "tropas no terreno".

Um dia depois do consenso na Liga Árabe, o imã Ahmed al-Tayeb, da mesquita universitária Al-Azhar, no Egipto, uma das mais prestigiosas instituições do islão sunita, condenou os jihadistas do Estado Islâmico classificando-os de "criminosos". "Esses crimniosos contaminam a imagem do islão e dos muçulmanos no mundo de forma alarmante", disse.

"Estes grupos terroristas fundamentalistas, tenham que nome tiverem e apoio que tiverem, são criações coloniais que servem o sionismo num complot que visa destruir o mundo árabe", acrescentou o imã.

No terreno, os raides americanos junto de uma barragem perto de Faluja, no Iraque, afastaram os jihadistas de algumas das posições que ali controlavam. Mas em Dhoulouiya, um ataque e um duplo atentado suicida matou 18 pessoas e feriu 50; foi atribuído pelas autoridades locais ao Estado Islâmico que, há semanas, tenta entrar na cidade que fica na rota para Bagdad (fica a 90km da capital).

Segundo a polícia local, em declarações à AFP, homens armados atacaram a zona Sul da cidade, onde se concentra a tribo Jobour. Em simultâneo, dois homens que conduziam veículos fizeram-nos explodir. Um deles rebentou no posto de controlo que dá acesso àquela zona da cidade, o outro conseguiu penetrar, fazendo a maioria dos mortos.

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