Lava consome mais uma localidade na ilha do Fogo
Erupção ganhou intensidade a partir de sábado, avançando para zonas com inclinação.
“As lavas saem do vulcão com uma velocidade média de 20 metros por segundos”, referiu Jair Rodrigues, técnico dos serviços de operação de Protecção Civil de Cabo Verde, citado pela agência de notícias cabo-verdiana Inforpress. O avanço rápido da lava, descreveu Jair Rodrigues, assemelha-se, pelo ritmo e pela altura, a uma cheia.
O vulcão entrou em erupção a 23 de Novembro e, desde aí, a lava cortou estradas, destruiu o edifício do Parque Natural da ilha do Fogo, galgou casas de apoio à agricultura, consumiu duas igrejas da Portela, uma parte da Adega Cooperativa de Chã das Caldeiras e dizimou parcialmente a povoação de Cova Tina.
De acordo com o jornal cabo-verdiano A Semana, a corrente de lava começou a intensificar-se no sábado; e o rasto de destruição era ainda maior na manhã deste domingo.
Num balanço feito neste domingo, a ministra do Interior, Marisa Morais, garantiu que a Protecção Civil está preparada “para os piores cenários”. “O normal é a erupção vulcânica continuar. O cenário que estamos a prever é o de 1995, que demorou 56 dias”, afirmou Marisa Morais, citada pelo Inforpress.
Portugal pediu à União Europeia a activação de um serviço de protecção civil baseado em satélites de observação da Terra, para que os satélites que passem por cima do território cabo-verdiano recolham imagens da ilha do Fogo e, assim, poder ser monitorizada a erupção.
Coordenada com a Embaixada de Cabo Verde, a União das Cidades Capitais de Língua portuguesa abriu uma conta destinada a donativos às vítimas do vulcão de Chã das Caldeiras e lançou uma campanha de apoio para o envio de bens, desde alimentos, roupa, a produtos de higiene ou materiais hospitalares ou tanques para depósitos de água de consumo. Os bens recolhidos seguem para a sede da Cruz Vermelha de Cabo Verde, na cidade da Praia.