João Paulo II e João XXIII serão declarados Santos a 27 de Abril
Era já esperado que os dois ex-Papas fossem canonizados
Frente aos cardeais reunidos no Vaticano, Francisco confirmou que os seus dois antecessores – o polaco Karol Wojtyla, que assumiu as funções entre 1978 e 2005; e Angelo Giuseppe Roncalli, com um pontificado de três anos, entre 1962 e 1965, mas que abriu a Igreja ao mundo com as suas ideias reformistas, que se reflectiram na realização do Concílio Vaticano II – serão proclamados santos.
Em Julho, o Papa já tinha confirmado os processos de João Paulo II e de João XXIII. A dupla canonização está marcada para 27 de Abril de 2014, dia em que será comemorada a festa da Divina Misericórdia, estabelecida por João Paulo II.
A cerimónia poderá atrair centenas de milhares de pessoas, principalmente da Itália e Polónia, de onde os Papas são oriundos, até a praça de São Pedro, no Vaticano.
João Paulo II foi o primeiro Papa polaco da história do catolicismo. Embora conservador tornou-se muito popular sobretudo às centenas de viagens que fez por todo o mundo, onde levou a mensagem da Igreja Católica. Wojtyla será canonizado apenas nove anos depois de sua morte, um tempo considerado recorde.
Bento XVI, o antecessor de Francisco, preferiu não ter em consideração o prazo obrigatório de cinco anos para abrir o processo de beatificação e canonização do seu antecessor, que foi beatificado em Maio de 2011.
Para que os processos de canonização sejam abertos é necessário que a Igreja confirme um milagre feito por intercessão a uma pessoa. No caso de João XXIII não há milagres a assinalar. Por isso, Francisco inovou ao canonizar o Papa que convocou o Concílio com o objectivo de abrir a Igreja ao mundo. Do italiano guarda-se a memória de ser um homem muito próximo do povo, uma pessoa simples e de bom humor. Características que também assentam ao actual pontífice.
A canonização conjunta destes dois chefes da Igreja revela a intenção de Francisco em manter o equilíbrio entre duas figuras muito diferentes, assim como a de evitar um grande culto à personalidade de João Paulo II, interpreta a AFP.