Islândia retira pedido de adesão à UE

"Os interesses da Islândia ficam mais bem servidos ficando fora da UE", considerou o ministro dos Negócios Estrangeiros.

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Gunnar Bragi Sveinsson diz que o país fica melhor fora da UE AFP

“O Governo considera que a Islândia já não é um país candidato e pede à União Europeia que actue futuramente em conformidade com esta intenção”, disse o ministro na carta que enviou ao chefe da diplomacia da Letónia, Edgars Rinkevics, país que detém a presidência rotativa da União Europeia. No seu site, Sveinsson foi menos protocolar e escreveu: "Os interesses da Islândia ficam mais bem servidos fora da UE."

O pedido de adesão foi feito num contexto de uma severa crise económica que pôs em causa o sistema bancário e fez a moeda islandesa perder metade do seu valor, tornando apelativa a pertença à zona euro. O país pediu ajuda ao Fundo Monetário Internacional.

No ano passado, milhares de manifestantes criticaram, nas ruas de Reiquejavique, a intenção do Governo de anular o pedido sem levar o assunto a referendo. Porém, as sondagens foram mostrando – também à medida que se adensou a crise na UE – uma menor adesão da opinião pública à ideia de pertencer à União.

Em Janeiro, o primeiro-ministro, Sigmundur Gunnlaugsson, classificado de eurocéptico, recuperou a promessa eleitoral. “Já não é válido participarmos nas conversações com a União Europeia", disse, considerando que a UE não atravessa um bom momento e perdeu apelo e explicando que o actual Governo não está disponível para "aceitar tudo" o que o executivo anterior estava disposto a acatar.

A Islândia continuará a ser membro da EFTA, do espaço Schengen e da Área Económica Europeia, o que lhe permite exportar pescado e manter-se aberta ao turismo, duas áreas essenciais da sua economia. Um dos pontos polémicos nas discussões da adesão era a imposição, por parte de Bruxelas, de cotas de pesca, o que Reiquejavique sempre rejeitou.

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