Interpol lança alerta global de segurança contra Al-Qaeda

Representações diplomáticas dos EUA estão fechadas no Médio Oriente e em países muçulmanos. Reino Unido, Alemanha e França têm encerrada embaixada no Iémen. Canadá fez o mesmo no Bangladesh.

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Barreira de controlo no acesso à embaixada dos EUA no Iémen MOHAMMED HUWAIS/AFP

O Canadá decidiu também encerrar preventivamente este domingo a sua representação em Daca, no Bangladesh.

O alerta da  Interpol foi feito “depois de uma série de evasões de prisões em nove países membros entre os quais o Iraque, a Líbia e o Paquistão”, anuncia um comunicado da organização internacional de cooperação policial, que tem sede em Lyon, França.

Depois de, na quinta-feira, ter anunciado o encerrarramento este domingo das representações diplomáticas em países árabes, Israel, Afeganistão e Bangladesh, o Departamento de Estado norte-americano divulgou na sexta-feira uma nota em que recomenda aos seus cidadãos que vivam ou estejam em viagem no Médio Oriente ou no Norte de África para que tomem precauções e  informem as autoridades dos seus planos de viagem. O alerta é válido até ao final do mês de Agosto.

No sábado realizou-se na Casa Branca, em Washington, uma reunião presidida pela conselheira de Segurança Nacional, Susan Rice, com a presença do secretário de Estado, John Kerry, do secretário da Defesa, Chuck Hagel, e da secretária da Segurança Interna, Janet Napolitano. Estiveram também presentes –  segundo a informação oficial – as chefias da CIA, do FBI e da Agência Nacional de Segurança, lideranças militares e a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas.

Na véspera, o Presidente Obama – que segundo a Reuters estava em Camp David e não participou na reunião - tinha ordenado a adopção de “todas a medidas necessárias para proteger os americanos”, face às informações de risco de atentados que o Departamento de Estado considera possíveis “particularmente no Médio Oriente e no Norte de África”  e também “na Península Arábica”.

O jornal New York Times noticiou que foi a intercepção de comunicações electrónicas entre responsáveis operacionais da Al-Qaeda, em que estariam a ser discutidos ataques contra alvos norte-americanos no Médio Oriente e Norte de África, que levou os Estados Unidos a emitirem o alerta global.

Entre a informação interceptada estará um discurso do líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahri, colocado na terça-feira em fóruns, no qual apela a ataques a interesses americanos, em resposta a acções militares no mundo muçulmano e ataques de drones no Paquistão e Iémen. Segundo a AFP, Zawahiri acusa os Estados Unidos de terem “conspirado” com o Exército egípcio e a minoria cristã copta para derrubar o Presidente islamista egípcio, Mohamed Morsi, afastado há um mês.

O chefe do Estado-Maior americano, general Martin Dempsey, disse à televisão ABC que a as ameaças são “mais específicas” do que outras anteriores e que “a ideia é atacar interesses ocidentais, não apenas americanos”, ainda que os alvos sejam desconhecidos.

O encerramento das embaixadas pode prolongar-se. Os Estados Unidos disseram-no logo na quinta-feira. No caso da França, o Presidente François Hollande afirmou também que pode ser “durante vários dias”.

No seu alerta, a  Interpol recorda que  Agosto é um mês em que passam anos sobre “violentos ataques terroristas” na Índia, Rússia e Indonésia. “Esta semana marca também o 15º aniversário dos atentados contra a embaixada dos Estados Unidos em Nairobi, no Quénia, e Dar es Salam, na Tanzânia, nos quais 200 pessoas, maioritariamente africanas, foram mortas, e 4000 feridas”, sublinha a organização policial. A 7 de Agosto de 1998, em Nairobi e Dar es Salam, dois atentados sepradados por dez minutos atingiram  alvos norte-americanos.
 
 

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