Inspectores da ONU em Damasco para investigar denúncias de ataques com armas químicas

Regime de Assad e rebeldes trocam acusações sobre uso de gás sarin contra alvos civis.

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Os peritos foram autorizados a visitar três locais onde poderão ter sido usados agentes tóxicos Khaled al-Hariri/Reuters

A equipa, que integra 20 peritos liderados pelo cientista sueco Ake Sellstrom, aguardava há quatro meses autorização do Presidente Bashar al-Assad para entrar na Síria e deslocar-se a alguns dos locais onde, segundo relatos de testemunhas, poderão ter sido usados agentes tóxicos como o gás sarin.

A questão é delicada e mais sensível se tornou depois de, em Junho, os Estados Unidos terem afirmado dispor de indícios de que as forças de Assad usaram armas químicas “em pequena escalada” contra alvos civis nos arredores de Damasco e Homs (Centro) – um acontecimento que o próprio Presidente Barack Obama definira antes como uma “linha vermelha” que, a ser ultrapassada, levaria Washington a rever a sua posição.

A Rússia, principal apoio internacional de Damasco, respondeu um mês depois dizendo que os rebeldes teriam lançado projécteis contendo gás sarin contra Khan al-Assal, uma localidade controlada pelo Exército nos arredores de Alepo, a maior cidade do país e a principal metrópole da região Norte.

Inicialmente, Damasco pretendia apenas que os inspectores visitassem Khan al-Assal, mas a ONU conseguiu autorização para que a equipa se desloque a outros dois locais não especificados. Os peritos vão tentar encontrar indícios que confirmem, ou não, o uso de agentes químicos, mas não têm por missão identificar quem possa estar na origem dos ataques.

A Síria, recorda a Reuters, é um dos sete países que não aderiu à convenção que em 1997 baniu as armas químicas. Os países ocidentais suspeitam que terá em sua posse quantidades não declaradas de gás mostarda, sarin e de VX. Os observadores acreditam que Assad mantém total controlo sobre os stocks, embora vários peritos em segurança tenham alertado que, no meio do conflito, algum do material possa cair nas mãos de organizações radicais.

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