É impossível olhar para a Síria com clareza sem a ajuda de vodka, diz Putin

Hollande prefere vinho do Porto. EUA vão dar mais mais 60 milhões de dólares à oposição síria em ajuda não-letal.

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Hollande e Putin em Moscovo BERTRAND LANGLOIS/AFP

“No que diz respeito à Síria, discutimos vivamente. Temos que ouvir a opinião dos nossos colegas no que se refere a certos aspectos deste problema complicado”, disse Putin numa conferência de imprensa conjunta com Hollande.

“Parece-me que é impossível ver as coisas com clareza sem a ajuda de uma garrafa de bom vinho ou mesmo de uma garrafa de vodka”, ironizou. “É preciso reflectir”, disse o Presidente russo que tem fama de não beber álcool.

Hollande alinhou na piada mas sugeriu “uma garrafa de Porto”.

Numa conferência de imprensa vazia de conteúdo no que diz respeito a uma guerra que já matou mais de 70 mil pessoas, segundo as Nações Unidas, Putin disse que Hollande “formulou novas propostas que podemos discutir com os nossos parceiros para tentar fazê-las avançar”.

Hollande reafirmou em Moscovo que a França exige a partida do Presidente Bashar al-Assad, tal como exigem outros países ocidentais. Putin disse que só os sírios devem decidir o futuro do seu país. Os dois apenas concordaram que num futuro pós-guerra é necessário fazer tudo para manter a integridade territorial da Síria.

Em Roma, o novo chefe da diplomacia americana, John Kerry, anunciou que os Estados Unidos vão dar mais 60 milhões de dólares à oposição síria em ajuda não-letal e fornecer ajuda médica e alimentar aos opositores que combatem as forças de Assad no terreno.

Kerry participou na conferência dos “amigos do povo sírio”, que incluiu os EUA e os países europeus, e onde esteve o líder da oposição síria, Moaz Al-Khatib, que partiu de Roma com a promessa de receber mais “ajuda política e material”.

Os ministros reunidos na capital italiana sublinharam a necessidade de “alterar o equilíbrio de poder no terreno” e criticaram “as entregas contínuas de armas ao regime de Assad por países terceiros” – uma referência clara à Rússia que continua a enviar armas e munições a Damasco.
 
 
 
 
 

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