Austrália vai deixar de pagar subsídios aos pais que não vacinem os filhos
Oposição apoia a proposta "Não vacinas, não recebes". Pais dizem estar a ser obrigados a fazer uma escolha coerciva.
Actualmente, as famílias com crianças não imunizadas recebem as ajudas a que têm direito da Segurança Social australiana. Mas a aplicação da proposta "Não vacinas, não recebes" poderá custar aos pais mais de 11 mil dólares australianos (7900 euros) por ano em benefícios.
Abbott disse que a legislação que agora foi proposta – que tem o apoio da oposição e entra em vigor no início de 2016 – vai permitir algumas excepções, mas muito poucas, por motivos religiosos ou médicos.
O primeiro-ministro não quis dizer quanto é que a medida vai poupar aos cofres do Estado. Mas sublinhou que o Governo está "extremamente preocupado" com os riscos na saúde pública da não vacinação. "A escolha [das famílias] não é apoiada pela política nem pela investigação médica. E não tem que ser apoiada pelos contribuintes na forma de pagamentos de subsídios [aos pais] para o apoio às crianças", disse Abbott numa conferência de imprensa conjunta com o ministro da Segurança Social, Scott Morrison.
A campanha anti-vacinas começou a ganhar terreno nos países ocidentais, o que coincidiu com o reaparecimento de surtos, preveníveis, de sarampo. No ano passado, um surto afectou o parque temático Disneyworld, nos Estados Unidos. Os defensores da não vacinação argumentam que algumas vacinas contra doenças mortais são perigosas.
Nos últimos dias, um abaixo assinado online reuniu três mil assinaturas a favor do direito dos pais australianos a uma escolha não coerciva.
O Governo australiano estima que 39 mil crianças com idade inferior a sete anos não tenham sido vacinadas por os pais terem objecções em relação às vacinas.