França e Reino Unido querem armar rebeldes sírios, com ou sem acordo da UE
Ministro dos Negócios Estrangeiros francês entende que opositores de Assad têm de ter "possibilidade de se defender”.
O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Laurent Fabius, em declarações à rádio France Info.
Os dois países pedirão aos parceiros europeus para “levantarem o embargo para os resistentes terem a possibilidade de se defender”, disse. Mas se não houver a necessária unanimidade para uma decisão da UE, os governos de Paris e Londres fornecerão armas.
A França “é uma nação soberana” e está preparada para actuar em coordenação com o Reino Unido, que tem posição idêntica, afirmou.
Na terça-feira, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, tinha já dito que o seu país poderia quebrar a solidariedade com o embargo europeu, fornecendo armas à oposição síria para lutar contra o regime de Bashar al-Assad.
A próxima reunião da UE para análise ao embargo de armas com destino à Síria está prevista para o fim de Maio. Na entrevista, Fabius disse que França e Reino Unido vão pedir a antecipação. “É preciso ser rápido”, disse, não excluindo que possa ocorrer até ao fim de Março.
“Não podemos aceitar que haja este desequilíbrio, com, por um lado, o Irão e a Rússia que dão armas a Bashar; e, por outro, os resistentes que não se podem defender”, argumentou. “Levantar o embargo é um dos únicos meios que restam para fazer mudar a situação politicamente.”
A guerra na Síria já fez mais de 70 mil mortos – estimativa das Nações Unidas – desde o início, a 15 de Março de 2011, cumprem-se dois anos na sexta-feira.