Ex-namorada do Presidente Kim Jong-un afinal não foi executada
A cantora Hyon Song-wol, que foi dada como morta a tiro pela imprensa do Japão e Coreia do Sul, reapareceu num comício em Pyongyang esta sexta-feira.
“Estou muito grata pela liderança de Kim Jong-un e prometo trabalhar afincadamente para atiçar a chama da arte e da criatividade”, declarou Hyon Song-wol. O seu namoro de adolescência com Kim desagradava ao pai e antigo Presidente, Kim Jong-il, que terá exigido o fim da relação. E, supostamente, o antigo namoro alimentava os ciúmes da mulher do actual líder de 31 anos.
O seu breve discurso teve direito a transmissão televisiva no canal estatal, talvez para pôr fim às especulações de que tinha sido morta a tiro por um pelotão de fuzilamento no final do ano passado. A imprensa japonesa e sul-coreana tinham reportado a sua morte, no fim de Setembro de 2013, alegadamente por ter participado em orgias sexuais gravadas em vídeo.
Além da ex-namorada do “Grande Líder”, teriam sido executados membros da orquestra Unhasu e outros músicos envolvidos nas filmagens — segundo as notícias, o fuzilamento foi testemunhado por outros músicos da mesma orquestra, bem como integrantes da banda Moranbong e Wangjaesan Light Bang e familiares das vítimas.
“Temos conhecimento da execução de dez pessoas associadas à orquestra Unhasu”, disseram em Outubro dois deputados sul-coreanos, após uma sessão à porta fechada com o director dos serviços secretos do país, Naem Jae-joon.
Na mesma altura, o jornal japonês Asahi Shimbun escrevia que “uma rara execução de artistas estatais” tinha sido ordenada para pôr fim aos rumores que circulavam acerca do estilo de vida alegadamente “decadente” e “hedonista” da primeira-dama da Coreia do Norte, Ri Sol-ju, que antes do casamento também tivera uma carreira no mundo do entretenimento.
A Coreia do Norte desmentiu as notícias e, para prová-lo, até transmitiu uma actuação da orquestra Unhasu na rádio. “Esta é uma horrível e imperdoável provocação, cujo objectivo é ferir a dignidade da suprema liderança do país”, dizia um comentário publicado pela agência estatal da Coreia do Norte, KCNA, que classificava as fontes da notícia como “psicopatas” e “maníacos do confronto”.
Mas até esta sexta-feira, nenhum dos artistas referenciados nas notícias da execução tinham voltado a aparecer em público.