Exército sírio conseguiu entrar em Qusair, um dos bastiões dos rebeldes
Forças militares do regime controlaram os principais locais da cidade e hastearam a bandeira da Síria.
“O exército sírio controlou a praça principal de Qusair, no centro da cidade, assim como todos os edifícios à volta, incluindo a câmara municipal, onde os soldados hastearam a bandeira da Síria”, disse a mesma fonte militar à AFP, sob anonimato. A televisão pública está a avançar que as forças militares restabeleceram a segurança naquela zona e que os "terroristas" continuam a ser perseguidos por toda a cidade.
O termo “terrorista” tem vindo a ser utilizado pelo regime de Bashar al-Assad para designar as forças rebeldes que continuaram, pela via militar, a sublevação popular pró-democracia iniciava em Março de 2011, que se transformou depois numa guerra civil.
Uma organização não governamental, também citada pela AFP, confirmou que o exército sírio, apoiado pelo partido libanês Hezbollah, começou neste domingo uma ofensiva em Qusair. Este bastião dos rebeldes resistia há mais de um ano. A cidade é estratégica por estar situada na província central de Homs e num eixo que liga a capital, Damasco, ao litoral.
A tomada da cidade acontece poucos dias depois de tanto o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, como o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, terem voltado a exigir a saída do Presidente sírio, embora o líder norte-americano reconheça que não há uma “fórmula mágica” para acabar com a guerra na Síria.
“Estamos os dois de acordo sobre o facto de que Assad deve partir”, insistiu Obama numa conferência de imprensa conjunta, na quinta-feira, depois de ter recebido Erdogan na Casa Branca, em Washington, no âmbito de encontros preparatórios de uma conferência sobre a Síria que os Estados Unidos e a Rússia tinham esperança que pudesse realizar-se em Junho, na Suíça.
Os dois países têm defendido a necessidade de uma mudança de regime em Damasco. Mas o diálogo não será fácil. Os rebeldes que combatem o regime consideram indispensável o afastamento de Assad. Mas nem a Rússia – que quer a presença do Irão e da Arábia Saudita na conferência – nem o regime sírio aceitam a sua exclusão do processo.
Denúncias de tortura
A Human Rights Watch anunciou na sexta-feira, por seu lado, a descoberta de documentos e instrumentos que provam ter havido tortura de detidos nas instalações dos serviços de segurança da cidade de Raqa, no Norte da Síria. Esta foi a primeira capital provincial conquistada, em Março, pelos opositores do regime.
A guerra na Síria já fez mais de 94 mil mortos, segundo os dados do Observatório Sírio dos Direitos do Homem e ultrapassou fronteiras. Já as Nações Unidas falaram em pelo menos 70 mil vítimas mortais.