Exército húngaro prepara-se para missões de controlo fronteiriço
Utilização do Exército depende de voto do Parlamento, onde o Governo conservador de Victor Orbán tem ampla maioria.
O Governo de Budapeste tem planos para enviar soldados para apoiarem a polícia nas missões de controlo fronteiriço, por onde entram diariamente pessoas vindas da Sérvia.
A utilização do Exército na fronteira em acções de controlo do afluxo de refugiados está dependente de um voto do Parlamento onde o partido do primeiro-ministro profundamente conservador Victor Orbán tem ampla maioria. A votação está prevista para este mês.
“O nosso trabalho é garantir que a Hungria está defendida”, disse o general Tibor Benko.
A Hungria completou recentemente a construção de um muro de quatro metros de altura e 175 quilómetros de comprimento ao longo da fronteira com a Sérvia e está a construir uma barreira adicional. Reforçou também os controlos fronteiriços. Na quarta-feira, as autoridades de Budapeste disseram ter detido 3.313 pessoas.
Mas as medidas não travam os milhares de pessoas que fogem à guerra na Síria e na Líbia e entram no país, via Sérvia, procurando chegar ao países do centro e Norte da Europa, como a Alemanha, Áustria ou Suécia, que têm políticas de asilo mais favoráveis.
Este ano chegaram já à Hungria mais de 150 mil pessoas e as autoridades disseram esperar outros 40 mil esta semana.
O política húngara para os refugiados e migrantes contrasta com a posição da Comissão Europeia, cujo presidente, Jean-Claude Juncker, defendeu na quarta-feira a ideia de uma Europa como "farol de esperança e refúgio de estabilidade" para os refugiados.
Tensão na fronteira com a Dinamarca
Na Dinamarca, outro ponto de tensão, a transportadora ferroviária DSB anunciou que as ligações com a Alemanha seriam retomadas esta quinta-feira, depois de terem sido suspensas na véspera para travar o afluxo de imigrantes. Mas um ferry que transporta comboios continuará suspenso para a polícia fronteiriça “fazer o seu trabalho”.
Na quarta-feira, a polícia dinamarquesa ordenou a suspensão das ligações ferroviárias depois de centenas de imigrantes provenientes da Alemanha com o objectivo de irem para a Suécia terem recusado descer dos comboios à chegada à Dinamarca em Rødby, porto situado a 135 Km a sudoeste de Copenhaga.
A polícia pretendia que saíssem para pedirem asilo, sob pena de serem enviados de volta para a Alemanha. Alguns fugiram mas foram rapidamente interceptados e enviados para um centro de refugiados. Após longas negociações, pelo menos uma parte aceitou ficar na Dinamarca.