EUA voltam a apelar à boa-fé do Irão sobre programa nuclear

John Kerry e Mohammad Javad Zarif reúnem-se para preparar próxima ronda de negociações.

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Kerry disse a Zarif que Washington não afasta a imposição de novas sanções Nicholas KAMM/AFP

Nenhum dos responsáveis prestou declarações públicas sobre o encontro, mas a agência Reuters cita uma fonte do Departamento de Estado norte-americano, segundo a qual Kerry voltou a sublinhar a importância de ambas as partes continuarem a negociar de boa-fé.

Na histórica reunião de Novembro do ano passado, o Irão e o grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas – EUA, Rússia, China, Reino Unido e França – mais a Alemanha) chegaram a um acordo provisório, que previa a suspensão de alguns dos passos mais importantes do programa nuclear iraniano em troca da suspensão de algumas sanções internacionais, algo que já começou a ser implementado.

A representante máxima da política externa da União Europeia, Catherine Ashton, saudou o encontro entre os responsáveis dos EUA e do Irão.

"Agora que a comunidade internacional avança para o início de negociações mais abrangentes, é muito importante que haja diálogo e que estejamos a trabalhar numa abordagem mais global em relação a este assunto", disse a responsável.

Quem não viu com bons olhos a reunião entre John Kerry e Mohammad Javad Zarif foi o senador norte-americano John McCain, uma das vozes mais críticas em relação às negociações com o Irão.

McCain disse que o Presidente iraniano, Hassan Rouhani, "gabou-se a um dos seus meios de comunicação social de ter enganado os negociadores norte-americanos quando fazia parte das equipas de negociação" e acusou Teerão de "continuar a enganar" os EUA.

"Há três componentes para o desenvolvimento de armas nucleares – a ogiva, o sistema de lançamento e os próprios elementos. Eles continuam a enganar-nos nos dois primeiros, sem quaisquer restrições", acusou John McCain, ao lembrar que o Irão não parou as construções em redor do reactor de águas pesadas de Arak e "continua a manter em funcionamento 19.000 centrifugadoras".

No sábado, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão afirmou que o seu país não tem qualquer outra intenção que não seja chegar a um acordo que agrade a todas as partes e transmitiu um optimismo moderado.

"Estamos preparados, porque acreditamos que é do nosso interesse, e não temos nenhum outro objectivo. Por isso, em teoria, não deverá ser muito difícil [chegar a acordo]. Os detalhes poderão ser um pouco mais complicados, por isso vamos ver", disse Zarif numa entrevista à agência Reuters e à produtora International Media Associates.

Os representantes do Irão e do grupo 5+1 voltam a reunir-se a partir do dia 18 de Fevereiro em Viena, na Áustria.

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