Erdogan quer continuar a liderar a Turquia, agora como Presidente

Primeiro-ministro foi escolhido pelo seu partido para ser candidato às presidenciais de Agosto. É o favorito à vitória.

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Erdogan está no poder desde 2003 ADEM ALTAN/AFP

“O nosso candidato à presidência da Turquia é o nosso presidente e deputado de Istambul, Recep Tayyip Erdogan”, declarou Mehmet Ali Sahin, vice-presidente do AKP, durante uma reunião das bases do partido, que receberam com uma enorme ovação a nomeação de Erdogan.

A votação, nos dias 10 e 24 de Agosto, vai ser disputada pela primeira vez por sufrágio universal. Até agora, o Presidente turco era eleito pelos deputados.

A julgar pelas sondagens realizadas recentemente, e apesar da forte contestação a que tem sido sujeito, Erdogan, de 60 anos, deverá facilmente ser eleito para um primeiro mandato de cinco anos como chefe de Estado. Chegado à presidência, o homem-forte da Turquia irá tornar-se o dirigente que reina há mais tempo no país, depois do fundador da república turca, Mustafa Kemal Atatürk (1920-1938). Erdogan é primeiro-ministro da Turquia desde 2003.

Para uma maioria de turcos, o primeiro-ministro é aquele que lhes permitiu beneficiar de uma década de forte crescimento económico e de estabilidade política. Mas, ao longo do último ano, Erdogan também se tornou a figura mais contestada do país.

Denunciado como um “ditador” por milhares de pessoas que se manifestaram na rua em Junho de 2013, inicialmente para contestar um projecto imobiliário no centro de Istambul mas depois para denunciar o seu estilo cada vez mais autocrático de fazer política, Erdogan é também considerado por muitos um “ladrão”, depois de se ter visto envolvido num escândalo de corrupção sem precedentes que afecta várias figuras do seu regime.

“Ele perdeu definitivamente toda a legitimidade para dirigir este país”, repete vezes sem conta o seu principal adversário, o social-democrata Kemal Kiliçdaroglu.

Mas Erdogan não capitulou, muito pelo contrário. Partiu em contra-ataque utilizando aquela que a AFP chama a sua estratégia favorita, a da vitimização. Durante semanas, o primeiro-ministro galvanizou as massas, denunciando uma “conspiração” urdida contra ele por um dos seus antigos aliados, Fethullah Gülen. E foi bem sucedido: o seu partido venceu as municipais de 30 de Março com 45% de votos, e o “sultão” Erdogan voltou a mostrar quem é que manda na Turquia.

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