Dois anos de prisão para as Pussy Riot por crime de “hooliganismo" e “incitamento ao ódio religioso”

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Andrey Smirnov/AFP

A sentença foi conhecida quase duas horas e meia depois do inícoo da leitura da sentença. A juíza Marina Syrova sublinhou que as acusadas não mostraram qualquer sinal de “arrependimento” e que “violaram seriamente a ordem pública” e “ofenderam os sentimentos religiosos dos crentes”.

Nadejda Tolokonnikova, 22 anos, Ekaterina Samoutsevitch, 30, e Maria Alekhina, 24, estão em detenção provisória há cinco meses e começaram a ser julgadas no início de Julho. A pena de prisão já inclui os meses passados em detenção psovisória.

As três mulheres foram julgadas depois de terem cantado, no dia 21 de Fevereiro, uma “oração punk” na Catedral do Cristo Salvador em Moscovo, pedindo à Virgem Maria para “correr com Putin” do poder.

A acusação pediu três anos de prisão para cada uma delas, mas a defesa argumentou que deveriam ser libertadas porque nunca quiseram ofender a igreja, mas sim encenar um protesto político contra Putin e contra a proximidade da hierarquia religiosa da Rússia com o poder do Kremlin. A pena máxima possível para o crime de hooliganismo é de sete anos de prisão.

Um enorme dispositivo de segurança foi montado em redor do tribunal Khamovnitcheski de Moscovo, tendo sido colocadas barreiras de metal a barrar os principais acessos ao edifício, de modo a evitar qualquer ajuntamento de massas, testemunhou um repórter da AFP.

Centenas de simpatizantes das Pussy Riot juntaram-se frente ao tribunal onde também juntaram alguns militantes do Partido Liberal-democrata (LDPR, ultra nacionalista) para se manifestarem a favor da Igreja Ortodoxa. Um pouco por todo o mundo realizaram-se ao longo do dia ações de apoio à três mulheres.

Ainda antes do início da leitura da sentença, Serguei Oudaltsov, líder da Frente de Esquerda e uma das figuras principais da contestação ao regime do Presidente Vladimir Putin, foi detido pela polícia, juntamente com dois simpatizantes anónimos das Pussy Riot, quando tentava transpor uma das barreiras policiais em frente ao tribunal. O mesmo aconteceu ao antigo campeão de xadrez Gary Kasparov, que é hoje uma das figuras da oposição.