Diário de Anne Frank elevado a “Memória do Mundo” pela UNESCO

O número de documentos que são "Memória do Mundo" ascende a 193 desde que o registo foi criado em 1997, precisou a UNESCO, sediada em Paris.

“O director geral da UNESCO, Koïchiro Marsuura, anunciou a inscrição destes elementos sobre recomendação de especialistas reunidos em Bridgetown, capital dos Barbados, desde 28 de Julho no âmbito do Comité Consultivo Internacional (CCI) do programa Memória do Mundo”, refere o site.

Anne Frank, a adolescente judaica que escreveu um diário sobre os dois anos em que esteve escondida dos nazis alemães com a sua família em Amesterdão, acabou por ser capturada e viria a morrer num campo de concentração em 1945.

O seu diário “é um dos dez livros mais lidos do mundo”, sublinhou a organização orientadora do programa.

Entre os outros bens patrimoniais propostos a “Memórias do Mundo”, a UNESCO chama a atenção para os Arquivos Reais da Tailândia, documentos relativos às reformas do Rei Chulalongkorn, O Grande (1868-1910) e também para os Arquivos Reais de Madagáscar, “documentos chave na formação da identidade do país”.

Encontram-se entre a lista documentos dos arquivos fotográficos e cinematográficos da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), o registo dos escravos das Antilhas britânicas, os manuscritos da abadia cisterciense de Clairvaux em França, e ainda o primeiro catecismo escrito em papiamentu, um dialecto crioulo afro-português falado nas ilhas do Caribe que eram colónias holandesas.

O CCI reúne-se de dois em dois anos para estudar propostas de inscrição no programa, criado para “preservar o património documental, memória do mundo, que reflecte a diversidade de línguas, pessoas e culturas, e sensibilizar o público para a sua importância”.

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