Fogo, destruição e feridos em protesto durante o Brasil-Uruguai

Os manifestantes pretendiam aproveitar o jogo para protestar contra os gastos do país com o Mundial de 2014.

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Os sites noticiosos brasileiros dão conta de pelo menos um ferido muito grave (um jovem de 21 anos que caiu de um viaduto e foi transportado para o hospital de helicóptero), de um ferido ligeiro (que foi assitido na rua, após um confronto com os agentes da autoridade) e de um outro que teve de ser assistido por ter desmaiado na sequência de inalação de gás lacrimogéneo.

Foram detidas pelo menos 24 pessoas, segundo o jornal O Globo, embora esta ainda não seja uma contabilização final. Há vários focos de incêndio na cidade, incluindo um carro incendiado num concessionário da marca Kia. Aquele jornal descreve um "cenário de guerra" numa das avenidas principais da cidade. "Há destruição, fogo e lojas destruídas", narra o site do jornal.

Os manifestantes pretendiam aproveitar o jogo (que o Brasil venceu por 2-1) para protestar contra os gastos do país com o Mundial de 2014. As autoridades decidiram avançar com um dispositivo de segurança especial e, para além de 5700 agentes da polícia e de bombeiros locais, foram mobilizados 1500 soldados para acompanhar os protestos, nos quais foi anunciada a participação de cerca de 600 elementos do Movimento Sem Terra.

Já neste sábado, cerca de 70 mil pessoas tinham marchado, num protesto semelhante, até ao estádio de Belo Horizonte, que naquele dia acolhia o México-Japão. A manifestação provocou 37 feridos, entre os quais cinco polícias, e 22 detidos, segundo números referidos pela AFP.

Durante a manhã, manifestantes conseguiram fechar pelo menos seis estradas no estado de Minas Gerais. Em alguns casos, foram queimados pneus nas faixas de rodagem. De acordo com os media locais, não há registo de feridos ou incidentes violentos.

Os protestos estendem-se a outras cidades brasileiras. Em São Paulo, um grupo chamado Movimento Passe Livre convocou uma manifestação para revindicar a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito que investigue os contratos entre a prefeitura paulista e algumas empresas e cooperativas de transportes públicos. Estava previsto que os vereadores de São Paulo votassem nesta terça-feira a criação da comissão, mas a decisão foi adiada.

Já no Rio de Janeiro, um grupo de 150 médicos e enfermeiros saiu às ruas para revindicar melhoria das condições de trabalho e em Porto Alegre, capital do estado de Rio Grande do Sul, uma pequena manifestação protestou contra o chamado projecto da “cura gay”, que suspende um diploma legal que impedia psicólogos de tentarem ajudar pessoas a mudar de orientação sexual.
 

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